Ele tem mais três ou quatro meses pela frente para decidir o seu destino
Bolsonaro estava tenso e irritado. Deu por esgotada sua recente versão de Jairzinho paz e amor e reconciliou-se com a outra que sempre lhe caiu muito bem – a do presidente criador de casos.
Não de bons casos, mas de maus. O presidente é um fabricante de crises que não sabe viver em relativa paz. Se o modelo de fato servisse aos seus propósitos, poderia dar-se bem ao fim e ao cabo.
Mas não é o que parece, segundo indicam todas as pesquisas de opinião. O exercício do poder exige a delicada e penosa construção de maiorias sem as quais nada é possível.
Cresce entre seus aliados dentro e fora do governo a impressão de que ele começa a examinar a hipótese de abdicar da reeleição, disputando uma vaga ao Senado ou recolhendo-se à sua casa.
Para uma derrota certa e humilhante, ele não irá. Tem mais três ou quatros meses pela frente para decidir o seu destino.