Eleição para o Congresso merece mesma atenção que a do Planalto (com comentário)

By | 24/01/2022 10:10 am
O voto não é um ato inconsequente

A eleição para o Congresso merece a mesma atenção que é dada à escolha do presidente da República. Eleitores devem refletir bem sobre suas escolhas para o Legislativo

 

Os olhos de uma parcela da sociedade já estão voltados para a eleição presidencial de outubro. Embora ainda falte tempo para a campanha ganhar tração e arrebatar a maioria dos eleitores, pré-candidatos à sucessão de Jair Bolsonaro já articulam alianças políticas e expõem suas ideias para o País em entrevistas, postagens nas redes sociais e artigos na imprensa, o que sempre desperta interesse.

A eleição do presidente da República sempre recebeu mais atenção da sociedade do que a escolha de seus representantes no Congresso. Decerto há razões históricas e sociológicas para explicar a persistência do fenômeno, mas não deixa de ser uma lástima. A tripartição de Poderes, pedra fundamental de uma república democrática, como é o caso do Brasil, depende de um equilíbrio muito preciso entre Executivo, Legislativo e Judiciário. Basta apenas um Poder mal composto e disfuncional para que esse sofisticado ajuste seja abalado. Quando esse Poder é o Legislativo, chega-se ao ponto da degradação da representação que há alguns anos tanto tem obstado o amadurecimento político-institucional do País.

Portanto, a aproximação de mais uma eleição geral enseja a renovação de um convite aos eleitores para que reflitam muito bem sobre suas escolhas para compor a Câmara dos Deputados e o Senado. E que, ao final, votem com convicção e responsabilidade.

Toda campanha para cargos no Congresso lança luz sobre nomes que ganharam exposição em um dado ciclo eleitoral pelas mais variadas razões – algumas nobres, outras não. Em 2022 não haveria de ser diferente. A próxima eleição terá a marca indelével da pandemia de covid-19 e das respostas dadas pelo presidente da República e pelos governadores aos desafios trazidos pela emergência sanitária. Cidadãos que ganharam projeção nacional nos últimos dois anos buscarão ter assento em uma das Casas Legislativas no próximo pleito.

A enfermeira Mônica Calazans, por exemplo, primeira brasileira vacinada contra a covid-19 em território nacional, filiou-se ao MDB e tentará uma vaga na Câmara dos Deputados por São Paulo. A médica Nise Yamaguchi, uma das “conselheiras” do gabinete informal montado por Bolsonaro para difundir a mandinga do “tratamento precoce”, também manifestou ter pretensões eleitorais. A médica Mayra Pinheiro, secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde, conhecida como “capitã cloroquina”, é outra que pretende disputar cargo eletivo. No ano passado, ela sondou seus seguidores nas redes sociais sobre a possibilidade de tentar, mais uma vez, uma vaga para o Senado. Ela foi candidata em 2018, mas não se elegeu.

Há outros nomes ligados de alguma forma à pandemia que, seguramente, buscarão convencer os eleitores de suas credenciais para compor o Congresso na próxima legislatura. E há, claro, os meros oportunistas de sempre, sobretudo os que se interessam primordialmente pelas prerrogativas dos cargos, como o foro especial.

Em entrevista ao Estado, Fabrício Queiroz, faz-tudo do clã Bolsonaro, confirmou que pretende disputar uma vaga na Câmara dos Deputados e, se contar com o apoio do presidente e de seus filhos, previu ele, será “o deputado mais votado do Rio de Janeiro”. Considerando que os eleitores fluminenses deram votos suficientes para bancar a dolce vita dos Bolsonaros nos últimos 30 anos, a jactância do notório Queiroz não é de todo desvairada.

Cumpridas as exigências da Constituição e da legislação eleitoral, nada impede que qualquer cidadão se candidate a mandato eletivo. Os eleitores é que devem estar atentos ao que está por trás das candidaturas. O que move os candidatos? O que eles têm a oferecer para o País? Evidentemente, há casos de pessoas que foram eleitas sem qualquer preparo para o exercício do mandato e, uma vez investidas no cargo, esforçaram-se para aprender e realizar um bom trabalho. Mas são exceções.

A eleição para o Congresso merece a mesma atenção que é dada à escolha do presidente da República. Executivo e Legislativo são os grandes indutores de políticas públicas que têm o condão de mudar a vida dos brasileiros. Se para melhor ou para pior, é sempre uma escolha do eleitor.

Nossa opinião

A maioria dos deputados e senadores, uma vez eleitos, esquecem quem neles votou, mutas vezes a troca de vantagens, e passam a pensar mais em si do que nos seus eleitores.  Se mandam uma verba para os seus redutos, visam primeiramente o interesse do prefeito que votou neles e que vai tirar vantagem na aplicação daquela verba, da qual ele mesmo, deputado ou senador, vai levar também a sua parte, através das costumeiras maracutaias. Por isso, tão importante, quando eleger o presidente e o governador é eleger bons parlamentares, evitando os profissionais da política, ou seja, os que fizeram da política um meio de vida.  Procurem votar em candidatos decentes que se preocupam com a situação do povo da sua terra e procura trabalhar para que tenha uma vida melhor. Com emprego, saúde, educação, lazer, segurança e tudo que lhe torne a vida melhor. (LGLM)

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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