Só vacina evita colapso hospitalar

By | 27/01/2022 7:10 am

Cidadãos que ainda não receberam a 2.ª dose da vacina ou a de reforço devem ir aos postos de saúde o quanto antes

Depois dos horrores vividos no primeiro semestre do ano passado, quando o esgotamento da capacidade de atendimento em UTIs privou milhares de pessoas acometidas de covid-19 da chance de ao menos lutarem por suas vidas, a ameaça de colapso do sistema hospitalar voltou a assombrar o País.

Seis Estados – Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte – e o Distrito Federal (DF) informaram que estão com mais de 80% de seus leitos de UTI para covid-19 ocupados. Em São Paulo, o porcentual de ocupação está em 65% no Estado e 71% na capital, quadro bastante preocupante, haja vista que a disseminação da variante Ômicron está em fase de franca expansão, não de recuo. No Rio de Janeiro, o quadro é ainda mais dramático. Embora o porcentual de ocupação de leitos de UTI no Estado esteja em 62%, na capital fluminense quase não há mais vagas: 96% dos leitos estão ocupados.

Evidentemente, há que se ponderar que a quantidade de leitos de UTI disponíveis para covid-19 hoje é bem menor do que há um ano, quando o número de doentes graves era significativamente maior. Mas, como disse ao Estado a pesquisadora Margareth Portela, do Observatório Covid-19, da Fiocruz, “não dá para menosprezar que existe um crescimento (de infecções) e que seguimos vivendo como se não houvesse uma pandemia”.

De acordo com o Imperial College, a taxa de transmissão (Rt) do coronavírus no Brasil é de 1,78 atualmente, o maior índice desde julho de 2020, no auge da primeira onda da pandemia no País. Isso significa que cada grupo de 100 pessoas infectadas transmite o patógeno para outras 178. Ou seja, a transmissão está descontrolada e cada cidadão deve manter todos os cuidados sobejamente conhecidos a esta altura. A responsabilidade individual é crucial para indicar por quanto tempo o País ainda terá de lidar com o crescimento do número de casos de covid-19 e, potencialmente, das formas graves e mortes em decorrência da doença.

A pandemia não acabará pela força de vontade ou pela exaustão da população. Acabará quando todos – governo e sociedade – fizerem o que tem de ser feito, nos limites de sua responsabilidade. O governo é caso perdido. A ala do Ministério da Saúde formada pelos lacaios do presidente Jair Bolsonaro, a começar pelo ministro Marcelo Queiroga, coleciona sucessivas vitórias sobre o corpo técnico da pasta. Nada indica que esse quadro vá mudar. Ao contrário. Basta ver que o secretário responsável pela nota dita “técnica” que reconheceu os “benefícios” da cloroquina no tratamento da covid-19 e desqualificou as vacinas é cotado para assumir uma diretoria da Anvisa. Nada menos.

Resta aos cidadãos fazerem a sua parte. É fundamental que todos que não tomaram a segunda dose da vacina e, principalmente, a dose de reforço o façam o quanto antes. Prefeituras devem localizar essas pessoas. Apenas no Estado de São Paulo há 1,2 milhão de pessoas nessa situação.

Só as vacinas e os cuidados pessoais evitarão o colapso dos hospitais e o prolongamento da dor nacional.

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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