Lula vai além das esquerdas, Alckmin recupera protagonismo, o PSDB murcha

By | 08/02/2022 6:57 am

Só falta anunciar a data do casamento do petista com o ex-tucano, o principal lance da eleição de outubro

Imagem Eliane CantanhêdeSó falta anunciar a data do casamento do petista Lula com o ex-tucano Geraldo Alckmin, o principal lance da eleição de outubro. Não é nada, não é nada, trata-se de uma aliança entre o PT e um setor do PSDB, depois de os dois partidos se estranharem desde as primeiras eleições diretas pós-ditadura, em 1989, e polarizarem ferozmente a política nacional de 1994 a 2018.

O movimento confirma a força de Lula na eleição e o ocaso dos tucanos, que têm passado, a herança bendita da era FHC, mas podem não ter futuro. Convém a Lula, que amplia sua candidatura para além das esquerdas, e a Alckmin, que ganha uma janela de oportunidades. Mas pode selar o início do fim do PSDB.

 

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Aliança entre Lula e Alckmin pode selar o início do fim do PSDB. Foto: Ricardo Stucker/Divulgação

Em prévias, candidatos, coordenadores e eleitores se comprometem com o resultado e apoiam o vencedor. Não no PSDB. Quem foi contra o vitorioso João Doria já no dia seguinte buscava alternativas e seu real adversário, o também governador Eduardo Leite, é até sondado para concorrer por outra sigla.

Se o nome do principal partido de centro tem 2% e alta rejeição e há um estouro da boiada no horizonte, isso fortalece a profecia autorrealizável de que “não tem jeito”. A terceira via fica ainda mais distante e a nova onda são as federações partidárias. Se amanhã o Supremo mantiver março como prazo, não dá tempo de nada. Se prorrogar, também não muda muita coisa.

Federação amarra os partidos por quatro anos e é para que pequenas siglas ganhem sobrevida, até serem incorporadas pelas maiores. O presidente Jair Bolsonaro não precisa, porque já tem o Centrão, ao menos formalmente. A que Lula tenta amarrar, com PT, PV, PCdoB e, mais difícil, PSB, faz sentido. Mas uma federação entre PSDB, MDB e União Brasil (DEM e PSL)?

Parece tentativa de “zerar o jogo”, dar uma saída honrosa se Doria não deslanchar, garantir bancada para o PSDB no Congresso em 2023 – e Fundo Partidário depois. O MDB tem a candidata Simone Tebet, mas cada Estado faz o que quer. E, no União Brasil, o artificial PSL engoliu a promessa DEM, que fez bonito nas eleições municipais e teria relevância em 2022. Não terá.

O PDT corre por fora, o Podemos tenta defender Sérgio Moro de múltiplos ataques. Outro grande ator das eleições é o PSD, mas o mago Gilberto Kassab tenta enrolar até se tornar indispensável para Lula (seu vice?). Mas esperteza demais engole o dono. Alckmin se sobrepôs a Kassab em São Paulo, o prefeito Alexandre Kalil já tem canal com Lula em Minas e o Rio é uma confusão. Kassab perde protagonismo na terceira via e no balaio lulista. O foco está nos interesses e articulações nos Estados.

*COMENTARISTA DA RÁDIO ELDORADO, DA RÁDIO JORNAL (PE) E DO TELEJORNAL GLOBONEWS EM PAUTA

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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