Desempenho fraco dos vários candidatos na largada e articulação de Lula com o centro pressionam 3ª via

By | 11/02/2022 8:47 am

Caminho estreito

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O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o ex-juiz Sergio Moro (Podemos), em 2019 – Eduardo Knapp – 28.jun.19/Folhapress
Tem sido acidentado o percurso dos que entraram na corrida presidencial apresentando-se como opção para os eleitores que estão fartos de Jair Bolsonaro (PL) e tampouco querem o petista Luiz Inácio Lula da Silva de volta.

Até aqui, as pesquisas indicam que nenhum desses pretendentes reuniu apoio suficiente para tirar o atual ou o ex-presidente do jogo antes do segundo turno —e o desconforto cresce enquanto os números nas sondagens mudam pouco.

Lançado como candidato do PSDB em novembro, quando venceu uma tumultuada prévia interna, o governador João Doria alcançou no máximo 4% das intenções de voto desde que pisou em campo.

O ex-juiz Sergio Moro (Podemos), que também entrou na pista no fim de 2021, aparece nas pesquisas empatado com Ciro Gomes (PDT), cada um com no máximo 9% das preferências. Ambos continuam longe de representar ameaça a Lula ou Bolsonaro.

Duas máquinas políticas expressivas, o MDB, que lançou a senadora Simone Tebet (MS) como opção, e a União Brasil, resultado da recém-consumada fusão do PSL com o DEM, ainda não definiram o rumo a tomar na sucessão.

De acordo com os levantamentos mais recentes, os eleitores que veem nesses nomes uma alternativa eleitoral demonstram pouca convicção. A maioria afirma que poderá trocar de camisa se outro personagem com maior apelo surgir.

A situação é diametralmente oposta para os que estão na frente da corrida. A maioria dos apoiadores de Lula e Bolsonaro diz que sua opção é definitiva e não pensa em mudar de opinião.

A nove meses da eleição, é obviamente prematuro concluir que o quadro se manterá inalterado até o encontro do país com as urnas. Mas o momento é sem dúvida inóspito para a chamada terceira via.

Com mais de 45% das intenções de voto, Lula tem aproveitado a vantagem para ampliar o espectro de suas alianças. Ofereceu a vaga de vice ao ex-governador Geraldo Alckmin, que deixou o PSDB e está sem partido, e estendeu a mão para siglas partidárias que estão à sua direita, como o PSD do ex-prefeito paulistano Gilberto Kassab.

Os resultados dessas articulações ainda são incertos, e elas certamente alimentarão tensões com os seguidores de Lula à esquerda se prosperarem. O efeito mais imediato da movimentação, entretanto, será tirar oxigênio dos que acreditavam corresponder aos anseios do eleitorado que busca outro caminho, mais ao centro.

 

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Category: Opinião

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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