Bolsonaro é pressionado a abandonar discurso antivacina por sobrevivência eleitoral
Entorno do presidente diz acreditar que insistir em fala negacionista afeta tentativa de reeleição
A oito meses da eleição, o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem sido pressionado por ministros e aliados a abandonar o discurso antivacina. Mais do que isso: pessoas próximas ao mandatário querem que ele se vacine e exalte feitos do governo que possibilitaram a imunização da população.
Aliados dizem acreditar que a condução do governo na pandemia é o principal obstáculo do chefe do Executivo em busca da recondução ao Palácio do Planalto. A aposta será tentar humanizar o presidente nos próximos meses.
Em dois anos, o Brasil ultrapassou a marca de 650 mil mortos pela Covid-19.
A matéria da Folha foi publicada neste sábado, 12/02, mas o assunto já vinha sendo abordado desde alguns dias.
Bolsonaro vem remando contra a maré, desde o início da pandemia, tentando desmoralizar a vacina, mas os fatos o vêm desmentido e a população já viu onde está a verdade. Seus “puxa-sacos”, nem todos tão burros assim, já descobriram o mal que o negacionismo tem trazido para a sua campanha e agora tentam a tarefa ingrata de convencê-lo a mudar de tom.
Só que seus argumentos de eficiência do Governo em vacinação à população não vão ser aceitos pela população, que descobriu a muito tempo que se fosse por ele, ninguém teria sido vacinado.
A conta de mais de seiscentos mil mortos, na maioria por falta de vacina, não vai ser esquecida por ninguém. Qualquer um que perdeu uma pessoa querida nunca vai esquecer de que esse parente ou amigo poderia estar vivo se tivesse sido vacinado a tempo. ,
Para completar, dois outros comportamentos de Bolsonaro agravam o desapreço em que lhe tem a população. Um foi sua tentativa de impingir ao povo a ideia de que o tratamento precoce com medicamentos ineficazes poderia ter evitado o agravamento da saúde e a morte de parte da população. Outro, sua tentativa de desestimular e até dificultar a vacinação das crianças e adolescentes, contra a opinião do mundo todo.
A adesão maciça dos pais à vacinação dos seus filhos, que só não está acontecendo em maior quantidade pela falta das vacinas ou pela dificuldade de consegui-las, mostra que a população está consciente de que os cientistas de todo o mundo é que tem razão. Só com a vacinação maciça de adultos e crianças é que se porá um fim na pandemia.
Os “puxa-sacos” de Bolsonaro têm razão, seu negacionismo é seu maior inimigo político. mas agora é tarde par reverter isso. Todo esforço que eles fizerem para enganar o povo, com medidas aparentemente benéficas em favor da população, será vista como uma tentativa de enganação, movida pelo interesse na eleição. O povo não é tão besta como eles pensam.