(Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado)
A imprensa vez por outra anuncia a licença de um deputado ou senador, dando oportunidade a que seu suplente assuma a vaga por alguns meses. E acham que é muita prodigalidade esse afastamento.
A última dessas licenças, segundo se informa, teria sido solicitada por Pedro Cunha Lima, pré-candidato a governador da Paraiba. Não se divulgam as informações sobre em que condições de deu o acordo entre licenciado e suplente.
Há uma prática corrente que é reservar ao suplente apenas os salarios, atualmente de trinta e trinta e três mil reais, mas, segundo as más linguas, às vezes parte do salário é devolvida ao titular que se licenciou. Além disso, costumeiramente, o licenciado, fica com a verba de gabinete, destinada ao pagamento dos seus assessores, ou seja, o suplente que assume fica pagando os assessores de quem pediu licença, que por sua vez, mantem todos os seus assessores e, segundo as más línguas, as vezes até as “rachadinhas”. Além disso há outros penduricalhos, que orçam em torno de 35 mil reais e que são negociados entre licenciados e suplentes.
Ou seja, muitas vezes, quem assume, durante a licença de outro parlamentar, só fica com a menor parte dos rendimentos, além da honra e do prazer de ter sido deputado ou senador por quatro meses.
Concluindo, o que parece uma liberalidade de um parlamentar, pedindo licença para que outro colega de partido assuma o mandato por alguns meses,termina sendo um negócio vantajoso para ambas as partes.