23 de fevereiro de 2022 às 20h50
Se eu fosse conselheiro de qualquer um dos atuais concorrentes ao Senado, a primeira coisa que diria: leve a sério a candidatura do carismático Sérgio Queiroz. A segunda: não subestime uma postulação atípica desde a origem.
Mas, alguém rebate logo de cara. O pastor será candidato em qual chapa? Ao que tudo indica, nenhuma. E aí já está um diferencial que pode beneficiá-lo no script de outsider, experimento que a Paraíba se mantém entre os poucos estados que ainda não viveu no Senado.
Se não tem o bônus de um palanque próprio, saindo “solteiro” pode receber votos de todas as fatias do eleitorado sem o ônus das rejeições de nenhum dos candidatos ao governo.
E os apoios? Líder evangélico com trânsito desobstruído entre seus pares de religião, independente de denominações, terá facilmente comitês orgânicos (e gratuitos!) em todos os municípios.
Será na prática um candidato avulso, instrumento que ele próprio defende na legislação. A filiação ao PRTB foi apenas o cumprimento de uma formalidade ao pré-requisito da atual regra eleitoral.
Não dava pra esperar que ele – uma incógnita – encontrasse abrigo em siglas tradicionais. Pelo contrário, portas foram fechadas. Funcionou aquela lógica; ninguém quer criar cobra para morder.
Existe aí, portanto, uma recíproca verdadeira.
Nem Sérgio é afeito à placenta da política e nem a política está habituada a candidatos paridos fora do seu útero, onde partidos e políticos vivem uma gestação de risco.
É aí que mora o perigo!
Nossa opinião
Conhecemos Sérgio Queiroz vinte e seis anos atrás, quando, aprovados no mesmo concurso, chegamos ao Ministério do Trabalho. Ele como o primeiríssimo lugar, nós num modesto terceiro. Sérgio um engenheiro de vinte e três anos, nós raspando os cinquenta. Depois Sérgio concluiu o Curso de Direito o que o levou depois à uma Procuradoria da Fazenda Nacional, onde permanece até hoje. Da nossa curta convivência de dois ou três anos pudemos testemunhar sua integridade e sua dedicação ao serviço público. Depois o vimos acompanhando de longe na sua atividade de evangelizador e de administrador religioso, comandando uma igreja de grande sucesso. Sua capacidade intelectual, sua integridade pessoal certamente farão dele um político de uma qualidade que o nós pais está a carecer. Alguém que se dedique realmente ao interesse público, ao invés da ganância financeira da maioria dos políticos atuais, para quem a políticas “virou meio de vida”. O único senão que poderíamos apresentar em Sérgio seria o fato de ter servido por três anos ao desgoverno Bolsonaro, embora nenhuma mácula se lhe tenha atribuído até agora. Esperamos que ele se redima disso. No mais, concordamos com a opinião de Heron Cid. Sérgio Queiroz pode ser a grande surpresa desta eleição. E quem sabe, até com o meu voto. Precisamos, urgentemente, de representantes da qualidade de Sérgio Queiroz. (LGLM)