Heron Cid, no MaisPB, 4 de março de 2022, seguido de comentário nosso)
A princípio, pode ser uma troca de gentilezas. Pelo tom, porém, pode avançar para além dos mútuos afagos a aproximação do pastor Sérgio Queiroz (PRTB), pré-candidato ao Senado, e o deputado Pedro Cunha Lima (PSDB), pré-candidato ao governo da Paraíba.
Numa entrevista, Sérgio trata Pedro como uma “das mentes mais brilhantes que conheci”. Cunha Lima devolve com total reciprocidade em release à imprensa: “Um homem íntegro e qualificado”.
Das duas vozes e expressões têm se aí, no mínimo, uma empatia, uma convergência de pensamentos, uma identidade conceitual.
Um fator – aí sim político! – a mais une os dois neste momento. Candidato quase avulso, Sérgio ainda não tem um candidato ao governo, uma chapa para concorrer. E até pode até disputar sem.
Pedro Cunha Lima, idem. Joga parado esperando o desfecho da disputa interna no grupo do governador João Azevedo (PSB) entre os deputados Aguinaldo Ribeiro (PP) e Efraim Filho (DEM).
Só que em política não existe espaço vazio. Sérgio Queiroz chegou para ocupar um deles. E pode ser com Pedro.
Para os dois, ganhos. Com boa penetração em João Pessoa, Sérgio facilitaria a vida de Pedro na capital e o tucano, por sua vez, ofereceria terreno para o pastor em Campina Grande.
Tudo conjectura, mas pelo menos um eleitor privilegiado vê tudo isso com discreta torcida e simpatia; Bruno Cunha Lima (PSD), prefeito de Campina Grande e amigo de Sérgio. Bota fé na união.
Nossa opinião
Apesar da anunciada fidelidade de Sérgio Queiroz a Bolsonaro, e a tendencia dos paraibanos de votarem em Lula, uma chapa Pedro e Sérgio, como candidatos a governador e senador, poderia empolgar parte do eleitorado e se tornar competitiva a ponto de determinar a realização de um segundo turno, junto com as chapas de Veneziano, Nilvan Ferreira e Lígia Feliciano. (LGLM)