Em entrevista à coluna, vice-presidente argumentou que Forças Armadas nunca se meteram em eleições desde o fim da ditadura militar
“Isso é algo totalmente desproposital. As Forças Armadas têm se mantido dentro dos limites dos deveres constitucionais dela, têm agido dessa forma ao longo de todo esse período, desde o término do período de presidentes militares. As Forças Armadas não se meteram em nenhum processo eleitoral. Fomos aí, ao longo de 12 anos, 13 anos, governados pela esquerda, pelo PT, sem problema nenhum.”
Na entrevista, Mourão também disse chegar ao último ano de mandato com uma “relação protocolar” com o presidente Jair Bolsonaro. E confidenciou uma “preocupação” do ministro da Defesa, Braga Netto, com especulações de que poderia estar “passando a perna” em Mourão para ser escolhido o candidato a vice em 2022.
O presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Lula lideram as pesquisas. Acredita que ainda há espaço para algum candidato da chamada terceira via?
Hoje, o que se indica é que os dois candidatos são os que estão com mais capacidade de se apresentarem para o hipotético segundo turno. O presidente Bolsonaro vem recuperando terreno nessas últimas pesquisas, mas, face ao número de pessoas que dizem não votar nem em um nem no outro, sempre existe a possibilidade de aparecer alguém que empolgue esse eleitorado e, consequentemente, seja um terceiro candidato capaz de mudar o cenário. Mas hoje acho difícil.
Isso é algo totalmente desproposital. As Forças Armadas têm se mantido dentro dos limites dos deveres constitucionais dela, têm agido dessa forma ao longo de todo esse período, desde o término do período de presidentes militares. As Forças Armadas não se meteram em nenhum processo eleitoral. Fomos aí, ao longo de 12 anos, 13 anos, governados pela esquerda, pelo PT, sem problema nenhum.
Alguém do PT ou próximo do ex-presidente Lula já o procurou para tentar um diálogo?
Não, comigo não. Nada. Zero.
Bolsonaro já o comunicou oficialmente que o senhor não será o vice dele neste ano?
Eu subentendi. Porque preto no branco, ele nunca chegou, sentou comigo, como nós estamos conversando aqui, olho no olho e disse: não vai ser você, por isso, por isso, por isso. Subentendi pelas manifestações dele, por alguns comentários que ele me mandou algumas vezes pelo ‘zap’ (sic) e, na última vez, quando vieram aqui o Ciro Nogueira e o Flávio Bolsonaro, para que eu me definisse se iria pelo Rio. Quando o cara vem me dizer que é para eu me definir se é pelo Rio, é porque eu estou fora do… A mensagem estava bem clara.
Os indícios mais fortes são que o candidato a vice junto do presidente Jair Bolsonaro seria o Braga Netto.
Já conversou com o Braga Netto sobre o assunto?
Não. Nunca toquei nesse assunto. Ele já esteve aqui algumas vezes assim meio preocupado, por causa das, vamos dizer assim, notícias que são publicadas. De eu achar que ele estaria me passando a perna, alguma coisa do gênero. Eu disse para ele: olha Braguinha, fica tranquilo aí, pô. Não esquenta a cabeça com isso. Quem o Bolsonaro escolher, está bem escolhido. Segue o baile, pô.
Acredita que Braga Netto o substituirá à altura?
Até melhor. (Risos)
Há quem diga que o Braga Netto não tem traquejo político…
Isso tudo a gente aprende.