Villa: Bolsonaro tenta tensionar eleição escolhendo Braga Netto como vice
O historiador Marco Antonio Villa disse, durante comentário no UOL News hoje, que o presidente Jair Bolsonaro (PL) tenta tensionar o processo eleitoral ao sugerir a escolha do atual ministro da Defesa, Walter Braga Netto, como vice em sua chapa à reeleição.
“Tenta transformar o Exército em participante nas eleições, em protagonista. Esse é o objetivo em colcoar o ministro da Defesa em candidato a vice. E isso é muito preocupante, porque faz parte de um cenário para as eleições, além de utilização de gabinete de ódio, fake news, […] ele coloca um general para dizer: ‘meu Exército está comigo’. É tensionar ainda mais o processo”, disse o colunista do UOL.
Bolsonaro sinalizou hoje que já está decidido quem será o candidato a vice em sua chapa e, apesar de não querer confirmar o nome, deu indicações suficientes de que será de fato Braga Netto.
“Eu não quero adiantar o nome. Devemos ter um vice que demonstre a população que não é vice para ajudar a ganhar a eleição, mas para ajudar a governar o Brasil. Ganhar a eleição é bem mais fácil, ou menos difícil, que governar”, afirmou em entrevista a TV Jovem Pan.
Bolsonaro faz acusação grave contra Moraes
Na avaliação de Marco Antonio Villa, o presidente Jair Bolsonaro faz uma acusação “gravíssima” quando diz que é perseguido pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
Bolsonaro voltou a criticar Moraes hoje. “É perseguição implacável para cima de mim”, declarou o chefe do Executivo após, na última sexta-feira (18), o ministro suspender o Telegram no Brasil. No domingo, 20, contudo, o aplicativo – amplamente utilizado por bolsonaristas – foi novamente liberado no País, diante do atendimento de exigências da Justiça.
“Não há nenhuma perseguição implacável contra ele. Ele está fazendo uma acusação gravíssima contra um ministro. A tendência vai ser de acirramento cada vez mais em seu discurso, e teremos, infelizmente, a campanha mais tensa para eleição presidencial desde 1989. Até o momento de choque de confrontos de rua, estimulado por seus grupos nazifasicstas”, disse o historiador.