O presidente Jair Bolsonaro (PL) já escolheu quem será o comandante do Exército que estará à frente da Força nas eleições de outubro. Segundo apurou a coluna, o general quatro estrelas Marco Antônio Freire Gomes, que atualmente está no Comando de Operações Terrestres, assumirá o lugar do atual Comandante do Exército, general Paulo Sérgio.
Freire Gomes já era uma das opções de Bolsonaro no ano passado, quando ele resolveu trocar a cúpula das Forças Armadas justamente no dia 31 de março – aniversário do golpe militar. Neste ano, Bolsonaro também planeja as mudanças para a mesma data, quando tradicionalmente é publicado o Decreto de promoções de generais.
O nome de Freire Gomes ganhou ainda mais força, segundo auxiliares do presidente, pela proximidade de Bolsonaro com o general, que inclusive integrou a comitiva presidencial na viagem à Rússia, em fevereiro.
Apesar de a mudança agradar alguns representantes do Exército pelo fato de um general continuar à frente do Ministério, militares de alta patente ouvidos pela coluna salientam que a nova troca no comando do Exército pode passar uma ideia de “banalização” do posto, já que não é uma prática comum mudar em tão pouco tempo o comando da força.
Apesar disso, o nome de Freire Gomes é visto por colegas de patente como “hierarquicamente compatível” para assumir o posto já que atende aos critérios de antiguidade.
Reunião da ‘dança das cadeiras’
Bolsonaro se reuniu na manhã desta segunda-feira (28), no Palácio do Planalto, com o ainda ministro da Defesa, general Braga Netto, e com os comandantes das Três Forças para acertar a troca no Comando da pasta e, consequentemente, a vaga no Comando do Exército.
Isso porque Braga Netto irá se descompatibilizar no dia 31 para “ficar à disposição” do presidente para ser vice em sua chapa à reeleição e o atual comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, assumirá o Ministério da Defesa, conforme antecipou o UOL.
Gomes não participou da reunião de hoje, em que estavam presentes, além de Braga Netto e Paulo Sérgio, os comandantes da Marinha, almirante Almir Garnier, e da Aeronáutica, brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior.
Vice não anunciado
Bolsonaro já fechou com Braga Netto que ele será seu vice, mas estuda não fazer o anúncio formal ainda. A ideia, segundo fontes do governo, é deixar a vaga em aberto para eventuais necessidades de acertos políticos.
Caso o presidente entenda futuramente que precisa de um gesto político mais forte para a sua campanha, nas palavras de um auxiliar, ele não terá problema “em rifar Braga Netto” e aceitar um político na chapa.
Apesar disso, o acerto do momento é que Braga Netto, que antes da Defesa foi ministro da Casa Civil, será mesmo o vice de Bolsonaro e deve se filiar ao PL, partido do presidente, ou ao PP, legenda que tem o ministro Ciro Nogueira (Casa Civil) como um dos principais caciques.
Ontem, no evento de pré-lançamento da candidatura de Bolsonaro, Braga Netto foi uma das ausências sentidas. Segundo fontes, a ideia do ministro em não participar foi pelo fato de ele ainda estar no comando da Defesa e que sua presença em um evento político “não pegaria bem”.