Milton Ribeiro cai, mas foi ele quem pôs os dois pastores no MEC e engendrou o esquema?

By | 29/03/2022 6:58 am

Agora é saber se o problema acabou, ou se Ribeiro vai matar no peito, se mais e mais histórias vão surgir e o quanto elas desabam no Planalto e no gabinete presidencial

Imagem Eliane CantanhêdeO presidente Jair Bolsonaro definiu as eleições de 2022 como “luta entre o bem e o mal”, mas foi um tiro pela culatra, porque deixou uma dúvida estimulada pelas próprias imagens do milésimo lançamento de sua candidatura à Presidência ao arrepio da lei eleitoral: o que é o bem e o que é o mal, quem é santo e quem é demônio?

A aliança do ex-presidente Lula com o ex-tucano Geraldo Alckmin é o quê? E o palanque de Bolsonaro com o general Augusto Heleno ao lado do ex-presidente Fernando Collor, que sofreu impeachment por corrupção, e o mandachuva do PL, Valdemar Costa Neto, preso no mensalão do PT?

 

Milton Ribeiro, novo ministro da Educação, já defendeu educar crianças
 Aparentemente, Milton Ribeiro acatou as ‘ordens de cima’ e lavou as mãos. Foto: ELI LOPE MEIRA/IPB

Se o Lollapalooza é do mal e merece multa por “campanha antecipada” pela estridência do “Fora Bolsonaro”, estranha o ministro do TSE Raul Araújo achar que outdoors de campanha do presidente são do bem, bacanas. E as motos, jet skis, cavalos e palanques de Bolsonaro são o quê? Carnaval eleitoral fora de época pode?

Enquanto Bolsonaro falava no seu Lollapalooza particular sobre o quanto “embrulha o estômago” ter de cumprir a Constituição, as entranhas do governo se contorciam para jogar a culpa toda do novo escândalo no ministro-pastor Milton Ribeiro, que perdeu apoio do Executivo, do Legislativo e da Frente Parlamentar Evangélica, ou “bancada da Bíblia”, e pediu demissão nesta segunda-feira, 28.

Mas, afinal, foi Ribeiro quem pôs os pastores Gilmar e Arilton no MEC e na jogada? Engendrou cobranças de R$ 15 mil, R$ 40 mil, um quilo de ouro, mil bíblias ou grana para campanhas políticas para liberar verbas para as prefeituras? E abriu as asas da FAB para eles? Aparentemente, ele acatou as “ordens de cima” e lavou as mãos.

Estava óbvio que Bolsonaro iria demitir, ops!, acatar o pedido de demissão do ministro, depois de dizer em live que botava “a cara no fogo” por ele. Quando eu anunciei que ele tinha decidido demitir Vélez Rodriguez, o presidente me chamou de “mentirosa” pelo Twitter. Doze dias depois, o primeiro ministro da Educação caiu.

Agora é saber se o problema acabou, ou se Ribeiro vai matar no peito, se mais e mais histórias vão surgir e o quanto elas desabam no Planalto e no gabinete presidencial. Bolsonaro é craque em sair de fininho do “gabinete do ódio e das fake news”, do “gabinete paralelo da cloroquina”, do “gabinete secreto dos bilhões do Orçamento”. Vai sair também desta vez? O mal está com o pastor Ribeiro e o bem com o chefe dele? Alias, o mal está com o general Silva e Luna e o bem com Bolsonaro?

PS: Se Eduardo Leite renuncia ao governo do RS e fica no PSDB, o resultado da equação é que vem aí o golpe contra a candidatura de João Doria. Os tucanos não têm jeito.

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Category: Blog

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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