Agregador usa dados de pesquisas de 14 empresas, considerando suas peculiaridades metodológicas, para calcular cenário mais provável da corrida eleitoral a cada dia
O agregador de pesquisas eleitorais do Estadão usa dados dos levantamentos de 14 empresas, considerando suas peculiaridades metodológicas, para calcular a Média Estadão Dados – o cenário mais provável da disputa a cada dia, de acordo com nosso modelo.
A média de cada candidato não é a simples soma dos resultados e divisão pelo número de pesquisas. O agregador controla diversos parâmetros e dá pesos diferentes aos levantamentos para impedir que números destoantes ou desatualizados puxem um dos concorrentes para cima ou para baixo.
A série histórica do agregador tem dados divulgados pelas seguintes empresas: Datafolha, Ipec (o antigo Ibope), Quaest, Paraná Pesquisas, Vox Populi, Sensus, MDA, PoderData, Ipespe, Ideia, Futura, FSB, Gerp e Real Time Big Data. As seis primeiras fazem pesquisas presenciais, ou seja, seus entrevistadores abordam as pessoas face a face, na rua ou em suas casas. As sete últimas promovem sondagens por telefone. O MDA usa os dois métodos.
A forma como os dados são coletados tem influência significativa nos resultados. Na média, pesquisas telefônicas tendem a subestimar a taxa de intenção de votos no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a superestimar a do presidente Jair Bolsonaro (PL). É possível que isso aconteça porque sondagens feitas por telefone tenham mais dificuldades de aferir a opinião dos mais pobres – segmento em que o petista se sai melhor.
Nosso modelo considera que, na média, as pesquisas presenciais são mais precisas ao atribuir a taxa de intenção de votos de cada candidato. Por outro lado, as pesquisas telefônicas são feitas com maior frequência e podem captar melhor eventuais mudanças de tendência.
A Média Estadão Dados considera o desempenho de cada candidato nos dois tipos de pesquisas, mas depois que essas últimas são submetidas a um fator de correção. Veja as principais características do agregador:
1) São calculadas separadamente as médias de pesquisas presenciais e telefônicas. A média das primeiras é usada como parâmetro para estimar eventuais vieses das demais. Um fator de correção, que pode variar ao longo do tempo e é calculado para cada empresa, é aplicado para compensar esses possíveis vieses.
2) A linha de tendência de cada candidato, ou seja, a evolução de seu desempenho nas duas pesquisas mais recentes de um mesmo instituto, é levada em conta para calcular sua taxa a cada dia.
3) Há anteparos para evitar que números destoantes afetem o resultado final. Se uma pesquisa traz resultados muito diferentes de outras feitas em datas próximas e com metodologia semelhante, seu peso é reduzido no cálculo da média. O mesmo acontece quando uma determinada linha de tendência destoa das demais.
4) Se uma empresa fica muito tempo sem divulgar pesquisas, suas taxas e linhas de tendências deixam temporariamente de ser consideradas, até que novos números sejam publicados. Atualmente só entram na conta dados de institutos com pesquisas divulgadas nos últimos 77 dias. Essa “janela de inclusão” vai diminuir com o tempo para que, na data do primeiro turno, sejam considerados apenas os resultados dos três dias anteriores.
5) Quanto mais recente é uma pesquisa, maior é seu peso na definição da média final. Levantamentos com maior quantidade de entrevistados (e, portanto, com menor margem de erro), também ganham mais peso no cálculo.
6) Datafolha e Ipec (instituto que mantém a equipe e a metodologia do antigo Ibope) entram no agregador com status de “padrão ouro”, por seu desempenho em eleições passadas. Empresas que tiverem os resultados ou linhas de tendência mais distantes do padrão ouro terão o peso reduzido no resultado final.
O agregador de pesquisas do Estadão estreia com 58 levantamentos publicados desde o dia 1º de dezembro de 2021, sendo 40 feitos por telefone e o restante presencialmente. A ferramenta vai trazer sempre dados dos últimos seis meses.
Além da Média Estadão Dados, o aplicativo permite visualizar, separadamente as médias das pesquisas presenciais e telefônicas, cada uma delas calculada segundo metodologia própria do núcleo de jornalismo de dados do Estadão.
Os usuários poderão fazer recortes dos resultados, destacando apenas as linhas do gráfico de determinados candidatos, e compartilhar essas visualizações em redes sociais e aplicativos de mensagens.