A decepção das Forças Armadas com o ministro da Defesa

By | 14/07/2022 8:56 am

O general Paulo Sérgio Nogueira em solenidade militar no Palácio do Planalto

 

Uma parte significativa das Forças Armadas não esconde a decepção que vem tendo com a atuação do general Paulo Sérgio Nogueira como ministro da Defesa. O foco de insatisfação se concentra na atuação do militar, que tem trabalhado como linha acessória do presidente Bolsonaro nas investidas contra as urnas e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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A avaliação desse segmento, que inclui membros do alto comando e até militares que atuam no governo Bolsonaro ouvidos pela coluna é a de que Nogueira está “exagerando no tom” dos ofícios que passou a enviar quase que semanalmente à corte eleitoral, insistindo na participação ativa dos militares na auditoria das urnas. 

Para esses militares, o ministro da Defesa “surpreendeu negativamente” ao seguir a mesma linha de subserviência a Bolsonaro adotada pelo seu antecessor, o general Braga Netto, que será o candidato a vice na chapa do presidente. Até se tornar membro do governo, Nogueira era conhecido entre os militares por ter um perfil moderado e técnico, privilegiar o diálogo e apaziguar conflitos. Por isso, a expectativa que existia com sua posse, em março deste ano, era a de que mantivesse uma atuação mais independente de Bolsonaro, especialmente no tema das eleições. A postura defendida por esse grupo é a de que as Forças Armadas não devem ser levadas para o debate político nem por Bolsonaro e nem por Lula. 

Integrantes das Forças Armadas apontam, no entanto, que esse não é primeiro momento de desgaste interno que Nogueira enfrenta. Quando foi comandante do Exército, no ano passado, o general arquivou um processo administrativo aberto pela Força contra o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, por ter participado de um ato político com Bolsonaro no Rio de Janeiro, sendo um militar da ativa.  

Na ocasião, Paulo Sérgio Nogueira teve uma reunião tensa com o alto comando, já que parte dos generais considerava que a punição de Pazuello era essencial. O então comandante, no entanto, adotou a postura defendida por Bolsonaro, que cobrava que o aliado não fosse punido. 

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Category: Opinião

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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