New York Times, Bloomberg e outros veículos cobrem com mais atenção e peso, no exterior, as investidas de Bolsonaro
Joe Biden posou com Jair Bolsonaro e, como outros políticos democratas, se negou a receber Lula, mas ainda é o americano The New York Times que cobre com mais atenção e peso, no exterior, as investidas do presidente brasileiro contra a democracia.
Agora, destacou que ele chamou diplomatas estrangeiros “para lançar dúvida sobre as eleições, alimentando temores” de que contestará a votação —que, pelas pesquisas,“perderá de forma esmagadora” em outubro.
Outro veículo nova-iorquino com extensa equipe global de jornalistas, o serviço financeiro Bloomberg, acompanha até mais detalhadamente a política brasileira, dada a proporção alcançada pela economia do país.
A agência Associated Press também vem questionando mais, dizendo desta vez que o presidente brasileiro “apresentou alegações sobre supostas vulnerabilidades, que as autoridades eleitorais já desmascararam repetidamente”.
Quanto à reunião com diplomatas, o argentino Clarín traduziu o relato do NYT, os mexicanos Reforma e La Jornada reproduziram a AP e o chileno La Tercera recorreu à Reuters —agência ainda nominalmente inglesa, mas com redação central em Nova York.
Algumas publicações, como o inglês The Guardian e o argentino Página/12, têm cobertura própria e mais engajada. O primeiro apontou as “alegações infundadas” e “reivindicações sem fundamento” de Bolsonaro aos diplomatas.
O segundo descreveu “outro dia de tensão com Bolsonaro”, ressaltando que “fracassa sua tentativa de desacreditar o sistema eleitoral diante dos embaixadores”, inclusive com presença menor do que se anunciava.
Fora dos dias de maior atenção global, como também no caso anterior do assassinato de um dirigente petista por um bolsonarista no Paraná, o noticiário é o tradicional de campanhas eleitorais pelo mundo.
Um dia depois do comício para os diplomatas, que foi transmitido via internet, a Bloomberg já traz extensa reportagem sobre a resistência de Bolsonaro aos conselhos dos aliados políticos e de sua própria equipe de marketing.
Ele prefere “emular seu sucesso com mídia social na votação de 2018”, daí “animar constantemente sua base radical”, embora não possa mais “reivindicar que é um outsider político”, após um mandato no governo, junto com o Centrão.
Outros veículos, como o alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung, se voltam pontualmente para Lula, com perfis amplos e chamadas como “Quem é o homem que pode vencer Bolsonaro?”.