(Jozivan Antero, Polêmica Patos, 19/07/2022, seguido de comentário nosso)
A partir da próxima segunda-feira, dia 25 de julho, algumas atividades terão início e uma delas está sendo encabeçada pela professora Klítia Cimene que está propondo uma eletiva que fará um resgate histórico e jornalístico da escola. A professora busca fotos, depoimentos ou qualquer outro registro que possa colaborar e proporcione a construção do Memorial ECI Monsenhor Manoel Vieira.
Klítia disponibilizou o telefone de contato (83) 9 8893 0979 para todos aqueles que desejarem contribuir com a iniciativa. Ao longo dos 85 anos, a Escola Estadual Monsenhor Manuel Vieira contribuiu de forma direta com a educação, história, cultura, política e com todos os aspectos da formação social de várias gerações.
As comemorações dos 85 anos da ECI Monsenhor Manuel Vieira – Bodas de Girassol – tiveram início com o lançamento do livro Ulisses e o Fogo Olímpico, do professor Dr. Flávio Lúcio Vieira, ex-aluno da escola. O evento aconteceu em março deste ano e contou com várias personalidades.
Para a professora Klítia Cimene, a eletiva fará um giro pela memória dos 85 anos de História da escola – que se configura em pesquisas, entrevistas e coletânea de documentos sobre a escola, com a participação de toda a comunidade de Patos e região, com o objetivo de materializar a memória das mais de oito décadas do Monsenhor Manuel Vieira.
Nossa opinião
Quem estuda hoje no Monsenhor Vieira talvez não se dê conta do que aquele colégio representa para a cidade de Patos. O Colégio entrou na história da cidade e o aluno ou pai de aluno de hoje, dá o colégio como “favas contadas” como um direito adquirido pela população. A própria homenagem mistura as duas entidades. O Colégio Diocesano, implantado em 1937, fazendo, portanto, os 85 anos que se comemora, tem uma história. Foi a casa que praticamente inaugurou a educação secundária nesta nossa parte do sertão, uma vez que teve como antecessor o Colégio Padre Rolim de Cajazeiras. Mas o Diocesano foi importante para as centenas de alunos que por aqui passaram, principalmente os filhos de empresários e fazendeiros que podiam pagar pela educação dos seus filhos, sem perder de vista o contingente de estudantes que foi beneficiado pelas bolsas de estudo dadas pela diocese de Cajazeiras que fundou e manteve o Colégio até 1959, quando recentemente criada Diocese de Patos o assumiu. Patos tinha uma educação masculina da melhor qualidade que atraia alunos de todo o Nordeste Brasileiro, principalmente, Paraíba, Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte. Depois, a partir do final da década de sessenta, veio o Colégio Estadual de Patos que sucedeu o antigo Colégio Diocesano e com este conviveu até 1967, quando o novo Diocesano foi construído, onde hoje funciona o Colégio Fera.
Quando o atual Monsenhor Vieira, CEPA, para os mais antigos, virou Colégio Estadual, tivemos o outro lado da medalha. O curso ginasial, inicialmente, e o científico, a partir de 1962, abriram as portas para os pobres. Estes tinham acesso restrito ao estudo, acesso conseguido mediante as bolsas de estudo proporcionadas pelas Diocese de Cajazeiras e, depois de criada esta, pela Diocese de Patos. A partir daí, pobres passaram a ter mesma oportunidade que os filhos de ricos. Daí uma importância muito maior do nosso CEPA. Até então só quem tinha condição de pagar tinha acesso aos cursos ginasial e científico.
Nós convivemos com o CEPA nas duas épocas. Fui aluno do Científico em 1961, ainda no Diocesano, e professor de 1963 a 1966, também no Diocesano. De 1962 a 1964, fiz o científico no Estadual e de 1965 a 1967 fui professor também no Colégio Estadual.
Como milhares dos que por aqui passaram, devo grande parte do que consegui na vida à educação que recebi nos Colégio Diocesano e Estadual de Patos. Muito obrigado ao CEPA. Parabéns aos seus 85 anos de tão bons serviços prestados a Patos e ao Brasil. (LGLM)