Candidato Bolsonaro dá R$ 41,2 bi para bolsões do eleitorado e tira R$ 6,7 bi de todo o País

By | 26/07/2022 7:39 am

Presidente e Congresso, unindo do Centrão ao PT, ampliaram para a Nação a velha regra do ‘toma lá, dá cá’

(Coluna de Eliane Cantanhêde, Comentarista da Rádio Eldorado, Rádio Jornal (PE) e do telejornal GloboNews em Pauta, no Estadão, em 26/07/2022)

O presidente Jair Bolsonaro e o Congresso, unindo do Centrão ao PT, ampliaram para a Nação a velha regra do “toma lá, dá cá”. Com uma das mãos, dão R$ 41,2 bilhões para aumentar o Auxílio Brasil, dobrar o vale-gás e dar voucher para taxistas e caminhoneiros. Com a outra, tomam R$ 6,74 bilhões do Orçamento, principalmente da Saúde e da Educação de todos!

A PEC Kamikaze, ou da reeleição, é compra de votos direta de setores relevantes, já o corte faz um mal enorme ao País, mas é quase uma abstração e não dói imediatamente na pele do eleitor e da eleitora.

A maioria do eleitorado quer saúde, comida no prato, filhos na escola, transporte público, paz e felicidade.
A maioria do eleitorado quer saúde, comida no prato, filhos na escola, transporte público, paz e felicidade. Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Em 2018, o que movia o País e o eleitorado eram a Lava Jato, a corrupção, a “velha política”. O discurso de Bolsonaro coube como uma luva e milhões de pessoas não se deram ao trabalho de analisar o passado, as manifestações, o que havia de real no discurso e no candidato.

Em 2022, com o trauma da covid, 33 milhões de brasileiros com fome, mais de dez milhões sem emprego e a combinação de queda de renda com uma inflação galopante, o mote é economia, emprego, renda, preço e comida. E é por isso que Bolsonaro corre desesperadamente para ter algo a mostrar. Implode a responsabilidade fiscal, o teto de gastos, a lei eleitoral? Danem-se eles!

Ciro Gomes, que concorre pela quarta vez à Presidência e não chega a dois dígitos nas pesquisas, está certo numa coisa: só ele tem um programa de governo que, goste-se ou não, existe e foi publicado. Sem programa, Bolsonaro e Lula vão disputar em duas searas: na economia e na lama.

Na economia, Lula tem o que mostrar, depois da herança bendita de Fernando Henrique Cardoso, da onda internacional favorável e de entregar para Dilma Rousseff um país com 7,5% de crescimento em 2010, o Nordeste bombando, os pobres indo às universidades e viajando de avião e felicidade no ar. Bolsonaro vai suar para competir só com PEC da reeleição e queda no preço da gasolina.

Na seara da lama, Lula vai patinar com mensalão, petrolão, prisão e a cristalização, injusta ou não, de um “PT ladrão”. E vai tentar devolver com orçamento secreto, Codevasf, rachadinhas, vacinas, pastores no MEC, interferência política em PF, Receita e Coaf e um desmanche inédito de Educação, Ambiente, Cultura, política externa… Exemplos borbulhantes.

Bolsonaro insistiu na convenção de domingo na balela das “dores do comunismo” e sua mulher, Michelle, disse que ele foi eleito por Deus para “a libertação da nossa Nação”, mas isso é coisa para convertidos. A maioria do eleitorado quer saúde, comida no prato, filhos na escola, transporte público, paz e felicidade. É o que decidirá se haverá, ou não, segundo turno.

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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