Bolsonaro cutucou a onça com vara curta, a sociedade civil acordou e os militares não viram

By | 29/07/2022 7:37 am

Das ‘Diretas Já’ de 1984 para a ‘Democracia Sempre!’

(Coluna de Eliane Cantanhêde, Comentarista da Rádio Eldorado, Rádio Jornal (PE) e do telejornal GloboNews em Pauta, no Estadão,

Assim como interveio na PF, interveio no Exército e armou sua tropa civil pelo País afora, não se sabe ainda com que intenções.
Assim como interveio na PF, interveio no Exército e armou sua tropa civil pelo País afora, não se sabe ainda com que intenções. Foto: Bruna Prado/AP

Já presidente e sempre candidato, ele participou de ato golpista com o Quartel General ao fundo, desprezou o Estatuto Militar e o Regimento Interno do Exército ao atrair o general da ativa Eduardo Pazuello para seu palanque, jogou no lixo o estudo da inteligência da Força sobre procedimentos na pandemia e, o pior, desautorizou pela internet três portarias do Exército sobre monitoramento de armas de civis.

Assim como interveio na PF, interveio no Exército e armou sua tropa civil pelo País afora, não se sabe ainda com que intenções. Embaixadores estrangeiros não exageraram ao concluir, após o espetáculo grotesco contra o processo eleitoral e a imagem do País, que a maior ameaça à democracia no Brasil não são as urnas eletrônicas, é o próprio presidente da República.

Os repórteres Vinícius Valfré e Julia Affonso, do Estadão, informam que o grupo Proarmas tem 34 candidatos em outubro e articula a criação de um partido para chamar de seu, para além da “Bancada da Bala” do Congresso. É aquele que fez um ato a favor de armas diante da Catedral de Brasília no exato dia em que um bolsonarista matou a tiros um petista que ele nem conhecia em Foz do Iguaçu. Coincidência maldita.

Também no Estadão, Marcelo Godoy relatou que revólveres, pistolas, fuzis, espingardas e carabinas compradas legal e fartamente pelos CACs (Caçadores, Atiradores e Colecionadores) foram parar em organizações criminosas a preços bem mais camaradas do que as contrabandeadas. Os CACs são legítimos e a maioria deles não quer guerra, mas estão sendo usados para mais essa “boiada” do governo Bolsonaro.

Quando o Exército reagiu às investidas bolsonaristas, o presidente demitiu o ministro da Defesa e os comandantes de Exército, Marinha e Aeronáutica e escolheu a dedo para a Defesa quem lhe batesse continência e não questionasse seus absurdos, como desacreditar as urnas eletrônicas e as eleições.

Militares devem olhar em volta, quando 70 entidades (inclusive do pessoal da PF, Abin, Itamaraty e Receita) e o mundo jurídico, econômico, empresarial, financeiro, intelectual, cultural, ambiental se manifestam a favor da democracia, eleições livres e Justiça Eleitoral. O Datafolha apontou estabilidade, mas Bolsonaro cutucou a onça com vara curta e a onça civil acordou. Das “Diretas Já” de 1984 para a “Democracia Sempre!”

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Category: Nacionais

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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