Ontem foi o dia da democracia, das instituições, da Justiça, mas a guerra de Bolsonaro continua

By | 12/08/2022 6:41 am

O governo, sua campanha e os apoiadores não vão desistir do confronto e das ameaças e a maior expectativa é quanto ao 7 de Setembro

(Coluna de Eliane Cantanhêde, Comentarista da Rádio Eldorado, Rádio Jornal (PE) e do telejornal GloboNews em Pauta,

Foto do autor: Eliane Cantanhêde

O movimento deste 11 de agosto de 2022 reforçou a posição de amplos setores do funcionalismo e escancarou a resistência da sociedade civil às ameaças do presidente Jair Bolsonaro, seus filhos e boa parte de seus seguidores às instituições, eleições e urnas eletrônicas. O Supremo, o TSE e a mídia não estão mais sozinhos.

 

 O dia 11 tratava-se de democracia, e o Brasil sabe muito bem o que é ditadura e o que é democracia.

O dia 11 tratava-se de democracia, e o Brasil sabe muito bem o que é ditadura e o que é democracia. Foto: Tiago Queiroz/Estadão

Quando uma causa é ecumênica, apartidária e une patrões e empregados, direita e esquerda, essa causa é forte, enérgica, move um país, move o mundo. O dia 11 tratava-se de democracia, e o Brasil sabe muito bem o que é ditadura e o que é democracia.

Agora, é aguentar o tranco, porque Bolsonaro, o governo, sua campanha e os bolsonaristas não vão desistir do confronto e das ameaças e a maior expectativa é quanto ao 7 de Setembro, a data nacional, de todos os brasileiros e, neste ano, dos 200 anos da Independência do Brasil.

A reação, porém, já começou, com as montanhas de dinheiro público para a compra de votos de bolsões estratégicos do eleitorado, como o de baixa renda, que tende para o ex-presidente Lula, do PT. E Bolsonaro tem a caneta e o controle do Congresso, via Centrão, o que move montanhas, retira o ICMS (estadual) dos combustíveis, interfere na Petrobras para baixar o preço do diesel, multiplica os salários dos amigos encastelados na Presidência e cria benesses para quem interessa.

E atenção ao discurso, à manipulação. Em 2018, todas as pesquisas mostravam que Bolsonaro perdia para todos no segundo turno, mas ele inverteu a realidade no grito e na internet e fez o eleitor acreditar que seria o único a derrotar o PT. O fake virou verdade: na reta final, ondas inteiras de eleitores do PSDB, do MDB, do Novo… migraram para Bolsonaro.

Bolsonaro recupera pontos nas pesquisas, tem queda de inflação, desemprego, preço de diesel e gasolina, com o início do pagamento do novo Bolsa Família encorpado na marra e um discurso pronto para inverter a realidade: o democrata é ele, o patriota é ele, quem quer eleições limpas é ele, quem salva a economia é ele.

Nesta quinta-feira, foi o dia da democracia, do estado democrático de direito, das instituições, mas a reação até a eleição vai ser implacável, sem limites, sem pudor. Sequestrar o nosso 7 de Setembro é o ponto central nessa escalada.

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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