Datafolha: Lula mantém 45%, e Bolsonaro vai a 34% no 1º turno após o 7/9

By | 10/09/2022 4:33 am

É a menor diferença entre os rivais desde maio de 2021; Ciro e Tebet empacam e empatam

A mais recente pesquisa do Datafolha sobre a disputa pelo Palácio do Planalto mostra um cenário estável, com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) liderando a corrida de primeiro turno com 45%, ante 34% de Jair Bolsonaro (PL).

O presidente, contudo, oscilou positivamente dois pontos, dentro da margem de erro, e nominalmente esta é a menor distância entre eles desde maio de 2021. Realizado na quinta (8) e nesta sexta (9), o levantamento assim pôde medir o impacto imediato das grandes manifestações comandadas pelo presidente por ocasião do 7 de Setembro, na quarta.

Os candidatos à Presidência Lula, Jair Bolsonaro, Ciro Gomes e Simone Tebet
Os candidatos à Presidência Lula, Jair Bolsonaro, Ciro Gomes e Simone Tebet – Fotos Eduardo Anizelli, Pedro Ladeira e Zanone Fraissat/Folhapress

Bolsonaro participou de comícios paralelos a eventos oficiais para o mesmo público em Brasília e no Rio, e em São Paulo houve concentração na avenida Paulista. Durante e após os atos, em que o presidente evitou criticar o sistema eleitoral e estimulou o golpismo explícito para os apoiadores, seus aliados montaram uma grande rede de distribuição de mensagens dando a ideia de que haveria uma “virada” em curso.

O Datafolha ouviu 2.676 pessoas em 191 cidades, em trabalho encomendado pela Folha e pela TV Globo sob o número BR-07422/2022 no Tribunal Superior Eleitoral.

Na pesquisa anterior, realizada na semana passada, Lula tinha os mesmos 45% e Bolsonaro, 32% De lá para cá, seguiram nas mesmas posições também Ciro Gomes (PDT), que oscilou negativamente de 9% para 7%, e Simone Tebet (MDB), que empacou nos 5%. Assim, ambos agora estão empatados tecnicamente.

Um possível apoio a mais a Bolsonaro pode ter vindo de eleitores do pedetista, dado que os brancos e nulos ficaram em 4% e os indecisos oscilaram para 3%.

O desempenho dos candidatos do pelotão inferior na corrida vem sepultando as chances de Lula vencer no primeiro turno, alimentadas pelo próprio ex-presidente, que disse nesta semana que “falta só um tiquinho”, num apelo ao voto útil do eleitorado do pedetista e da senadora.

Lula manteve os 48% de votos válidos, excluindo nulos e brancos, que é a forma com que a Justiça Eleitoral fecha as contas do pleito. Se alguém tiver 50% mais um voto, está eleito em primeiro turno. Com a margem de erro, o petista ainda pode estar próximo da metade necessária, mas a tendência é de queda: em maio, tinha 54%. Bolsonaro oscilou de 34% para 36% da semana passada para cá.

Ao contrário do impacto mais imediato de um acontecimento como o 7 de Setembro, segue a ser visto o efeito esperado pela campanha bolsonarista do Auxílio Brasil. O programa de transferência de renda que substituiu o Bolsa Família já teve sua primeira parcela toda paga em agosto, e até aqui não alterou significativamente o voto dos mais pobres.

Entre quem ganha até 2 salários mínimos, 50% da amostra deste levantamento, Bolsonaro ficou estável, com 26%, enquanto Lula tem 54%. A ajuda de R$ 600 chega a 20 milhões de famílias, e a maioria de quem o recebe direta ou indiretamente diz votar no petista (56%, ante 28% do presidente).

A expectativa do Planalto era de ver a iniciativa reverberando mesmo entre os mais pobres que não a utilizam. Para esses, e para segmentos intermediários de renda, a melhoria do cenário econômico e a queda no preço dos combustíveis operada pela intervenção de Bolsonaro na Petrobras pareciam uma aposta mais certa.

Tanto foi assim que o presidente havia subido entre aqueles que ganham de 2 a 5 mínimos, que somam 36% da amostra. Só que o efeito só durou até a pesquisa passada, quando a sua vantagem sobre Lula caiu de 13 para 3 pontos. Agora, ficou estável em um empate técnico: 41% para Bolsonaro, 37% para o antecessor.

O ex-presidente também vai bem melhor entre os menos instruídos, marcando 56% a 26% ante Bolsonaro, e nordestinos (60% a 23%).

O atual presidente tem vantagem entre quem ganha de 5 a 10 mínimos (8% da amostra), pontuando 49%, com Lula marcando 34%. Entre os mais ricos, que ganham mais de 10 mínimos mensais e compõem 4% do eleitorado, Bolsonaro vence com 42%, ante 29% do petista.

No embate pelo volumoso segmento feminino, 52% da amostra, as tiradas machistas do presidente no 7 de Setembro, quando puxou o coro de “imbrochável” e comparou sua mulher, Michelle, à de Lula e de outros, não mudaram o quadro. O petista oscilou de 48% para 46%, e Bolsonaro, de 28% para 29%.

No corte religioso, Bolsonaro manteve sua dianteira entre os 27% de evangélicos dessa pesquisa, pontuando 51% ante 28% do petista. Este lidera entre os mais numerosos, mas menos vocais politicamente, católicos (52% da amostra): tem 54%, enquanto o presidente marca 27%.

Uma mudança relevante se viu no Sudeste, região mais populosa do país, com 43% dos eleitores. Ali, a subida de Bolsonaro, que reduzira da pesquisa de agosto para a da semana passada a diferença para Lula pela metade, parou. Os números agora são estáveis: 41% para o ex-presidente, 36% para o atual.

Para Ciro e Simone, cuja oscilação positiva na pesquisa passada gerou ânimo nas suas campanhas, a pesquisa não trouxe boas notícias.

Por fim, em torno do traço do levantamento, estão Soraya Thronicke (UB), com 1%, e Felipe D’Ávila (Novo), Vera (PSTU), Leo Péricles (UP), Sofia Manzano (PCB), Constituinte Eymael (DC) e Padre Kelmon (PTB), todos sem pontuar. Pablo Marçal (Pros), que teve a candidatura impugnada e vai recorrer, também não chegou a 1%.

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Category: Destaques

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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