(Mariana Carneiro, Julia Lindner e Gustavo Côrtes, na coluna do Estadão, em 24/09/2022)
O aviso de férias do chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), a uma semana da eleição, irritou membros da campanha de Jair Bolsonaro (PL) que repetiram, nos bastidores, o que Paulo Guedes soltou na Rede TV: “Esse cara não apoia o Bolsonaro”, disse Guedes ao abandonar uma entrevista. Nesta sexta (23), o tom era o mesmo entre bolsonaristas: “Ele nunca esteve com o presidente”, afirmou um membro da equipe sobre Nogueira. O ministro disse a aliados querer se dedicar à campanha no Piauí, onde seu candidato Silvio Mendes (União) apareceu 14 pontos à frente do rival Rafael Fonteles (PT) na última pesquisa Ipec. O argumento é que Fonteles está crescendo na esteira de Lula (PT), o que fortalece a oposição contra ele em seu próprio território.
REMOTO. Nogueira suspendeu as férias, segundo aliados, em razão da repercussão negativa do episódio, que projetou uma sensação de desânimo no front bolsonarista. Mesmo tendo cancelado as férias, Nogueira avisou que deve estar na próxima semana no Piauí. Aliados minimizam o caso e dizem que o ministro tem contribuído engajando seguidores nas redes sociais, e pode continuar fazendo isso a distância.
LAVA. Um dos aliados de Bolsonaro aproveitou o episódio para lembrar que o PP de Nogueira apoia Rodrigo Garcia (PSDB), adversário de Tarcísio de Freitas em São Paulo. Outro bolsonarista se queixou que, no Piauí, Bolsonaro tem uma das piores marcas – Lula aparece com 61% no Ipec, ante 20% de Bolsonaro.