(Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado, divulgado no Notícias da Manhã, na Espinharas FM)
Estão praticamente decididas as eleições presidenciais deste ano. Só uma catástrofe provocaria uma reversão no quadro e impediria uma vitória de Lula no primeiro turno e, se preciso for, num quase impossível segundo turno.
A história de todas as eleições de 1998 até agora confirmam que quem estava na frente nas pesquisas a dez dias das eleições, ganhou as eleições daquele ano. De acordo com as pesquisas dos institutos mais respeitados como o Datafolha e o antigo IBOPE, sucedido hoje pelo IPEC.
A história das eleições de 2018 foi mudada por dois fatos que inverteram as expectativas surgidas nos últimos dois meses antes da data da votação do primeiro turno.
Em 22 de agosto de 2018 com Lula já preso, as pesquisas davam Lula com 39% e Bolsonaro com 19%. Haddad, possível substituto de Lula aparecia com apenas 4% em simulação sem Lula. Em 31 de agosto o STF declarou Lula inelegível, com base na sua condenação por Sérgio Moro, condenação posteriormente anulada pelo mesmo Supremo Tribunal Federal por ter sido decidida de forma irregular.
Em 5 de setembro de 2018, seis dias depois do afastamento de Lula, as pesquisas davam Bolsonaro com 22% e Haddad com apenas 6%.
Em 6 de setembro aconteceu o outro episódio que modificou de forma definitiva o resultado das eleições, Bolsonaro recebeu uma facada de um cidadão considerado insano pela Justiça. Em 6 de outubro, véspera das eleições, Bolsonaro aparecia nas pesquisas com 36% e Haddad com 22%.
No dia seguinte, apuradas as eleições, Bolsonaro ficou em primeiro lugar com 46% e Haddad em segundo 29%.
Realizado o segundo turno, Bolsonaro foi eleito com 59% e Haddad só consegui 41%.
Fica patente aí que a vitória de Bolsonaro se deveu a dois fatos devastadores: a prisão de Lula, que rendeu a Sérgio Moro o Ministério da Justiça do Governo Bolsonaro, e a facada que Adélio Bispo, em sua loucura, deu em Jair Bolsonaro.
Por outro lado, fica patente que só um fato desta natureza mudaria o rumo traçado pelas pesquisas diante de uma campanha eleitoral.
Em todas as eleições de 1998 até 2018, o resultado das pesquisas foi confirmado pelas eleições, como veremos a seguir.
Usamos resultados do Datafolha, mas os do IBOPE (IPEC), são quase iguais:
- 20/09/1998: FHC 48, Lula 25, com FHC sendo eleito no primeiro turno;
- 27/09/2002: Lula 44%, Serra 19%, Lula ganhou no segundo turno;
- 20/09/2006: Lula 50%, Alckmin 29%, Lula ganhou no segundo turno;
- 23/09/2010: Dilma 49%, Serra 28%, Dilma ganhou no segundo turno;
- 24/09/2014: Dilma 40%, Marina 27%, Dilma ganhou no segundo turno;
- 22/09/2018: Bolsonaro 28%, Haddad 22%, Bolsonaro ganhou no 2º turno
- 22/09/2022: Lula 47% e Bolsonaro 33%. A única dúvida é se Lula ganhará no primeiro turno ou precisará de um segundo turno.
Vale ressaltar que Bolsonaro tem feito de tudo para ver se muda o caminho indicado pelas pesquisas: do uso de medidas demagógicas, a agressões à Justiça, a ameaça de golpe militar, ao uso político da Festa do Bicentenário da Independência, até ao Funeral da Rainha Elizabete, tudo isso sem sucesso, até hoje.
Nestes cinco dias, vamos pensar bem em como vamos votar, vamos aguardar as eleições com serenidade, não vamos nos impressionar por manobras de qualquer tipo e não vamos aceitar provocações de quem quer que seja. Diante da urna eletrônica, com a consciência livre e independente, vamos escolher os melhores no dia 2 de outubro. E boa sorte.