Tebet diz que não vai se omitir no 2º turno e pede definição de partidos aliados

By | 03/10/2022 9:55 am

Emedebista cobrou pressa dos dirigentes de sua coligação, para que ela possa anunciar sua decisão

Terceira colocada na disputa presidencial, a senadora Simone Tebet (MDB) afirmou neste domingo (2) que não vai se omitir e cobrou pressa das direções das legendas da sua aliança —MDB, PSDB , Cidadania e Podemos— sobre quem apoiar no segundo turno.

Em entrevista na noite deste domingo (2), a senadora pelo Mato Grosso do Sul adiantou que já tomou uma posição sobre quem endossar, em falas interpretadas como sinalização de apoio a Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Não esperem de mim omissão. Tomem logo a decisão, porque a minha já está tomada. Eu tenho lado e vou me pronunciar no momento certo. Eu só espero que você entendam que esse não é qualquer momento do Brasil”, afirmou a senadora em pronunciamento na sede do comitê de campanha, em São Paulo.

A candidata a presidência Simone Tebet votando em primeiro turno. – Marcos Maluf/Campo Grande News

Tebet terminou as eleições com cerca 4,1% das intenções de voto. O desempenho foi comemorado por sua campanha, principalmente porque ela ficou à frente do ex-ministro Ciro Gomes (PDT), que teve cerca de 3% dos votos válidos.

O petista teve 48,4% dos votos válidos, contra 43,3% de Bolsonaro.

Apesar de os votos de Tebet serem cobiçados, a transferência desse capital político é incerta. Aliados de Bolsonaro, por exemplo, consideram que a maioria dos que hoje a apoiaram tem perfil conservador e tende a migrar para o mandatário.

A senadora sinalizou que sua posição será em favor de Lula ao comentar o resultado das eleições para o Congresso Nacional. O PL, partido de Jair Bolsonaro, chegou a 15 senadores em sua bancada — deve cair para 14, caso Jorginho Mello (PL-SC) seja eleito governador de Santa Catarina. Mais do que isso, bolsonaristas mais “raízes” foram eleitos, como a ex-ministra Damares Alves (Republicanos-DF) e o ex-astronauta Marcos Pontes (PL-SP).

“As urnas nos trazem a uma reflexão. É preciso entender o recado das urnas. E não estamos falando apenas em relação à candidatura majoritária à presidência da República. É preciso fazer uma reflexão em relação aos candidatos para o Senado e para as Câmaras federais e para os governos estaduais. Eu quero portanto ser muito breve na minha mensagem: há muito sim que refletir, mas jamais nos omitir”, afirmou.

“A palavra agora está com os presidentes dos partidos porque, repito, sou uma política que respeita o processo decisório, o processo eleitoral. Mas que, no máximo, em 48 horas vocês decidam porque eu vou me pronunciar, porque tenho uma responsabilidade junto com Mara”, disse, em outro momento.

A senadora iniciou a sua fala afirmando que aceitava os resultados das urnas, gesto considerado importante após a sequência de ataques de Jair Bolsonaro ao sistema eleitoral.

Simone Tebet também evitou citar nomes, mas lembrou em seu pronunciamento que sua candidatura foi questionada por diversos momentos. Afirmou que a “todo momento” era preciso justificá-la. E também apontou que ela e sua vice Mara Gabrilli (PSDB) foram questionadas justamente por integrarem uma chapa exclusivamente de mulheres. Disse que “daqui para frente as mulheres brasileiras não serão mais ecos e sim vozes na política brasileira”.

Tebet iniciou a campanha contestada até mesmo por aliados e tentou se apresentar como o nome capaz de romper a polarização entre PT e bolsonarismo.

Ela reforçou a mensagem ao votar neste domingo, em Campo Grande (MS).

“Lamentavelmente, a polarização ideológica contaminou a alma do povo brasileiro. Nossa candidatura buscou o caminho do meio, com equilíbrio e soluções reais”, afirmou a candidata.

A senadora ainda classificou o pleito deste ano de atípico. “De alguma forma, o eleitor deu um voto no escuro, pois os líderes nas pesquisas não apresentaram o que vão fazer, e os debates foram marcados por ataques pessoais.”

Desde o início, a candidatura enfrentou resistências dentro do próprio MDB. Alguns membros do partido defendiam a desistência para que recursos e esforços fossem destinados à eleição de uma bancada forte no Congresso. Alas da sigla também pressionavam pelo apoio a um dos dois favoritos na corrida presidencial. O grupo mais forte e mais vocal era favorável a Lula.

Já durante a campanha, a senadora levantou o tom em relação aos correligionários que não a apoiavam, apontando que o MDB era “muito maior que meia dúzia de políticos e seus caciques”, e repetiu algumas vezes que tinham tentado “puxar o tapete” dela.

Enquanto Ciro derreteu depois da campanha pelo voto útil, Tebet manteve índice próximo ao indicado pelas pesquisas, de cerca de 5%. A cifra vinha se repetindo em diferentes levantamentos.

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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