Ah, se o Nordeste não fosse tão atrasado. Bolsonaro teria vencido

By | 06/10/2022 8:13 am

É culpa da esquerda, segundo ele

(Ricardo Noblat, no Metrópoles, em
Reprodução
Nunca antes na história deste país, quem chegou ao segundo turno atrás virou a eleição. Quer dizer o quê? Apenas isso. Não é nada, não é nada, pode acontecer que a regra se mantenha e Bolsonaro perca, ou que pela primeira vez a regra seja ignorada e ele vença.

Bolsonaro começou a ensaiar explicações para sua derrota no primeiro turno. A primeira: os nordestinos são analfabetos. No Nordeste, ele perdeu por uma diferença de 12,9 milhões de votos. Omitiu, porém, que ali teve mais votos do que em 2018.

Os nordestinos se tornaram alvos de ataques xenofóbicos nas redes sociais. Em sua maioria, as mensagens são de perfis de apoiadores de Bolsonaro. Algumas delas sugerem que o governo deixe os nordestinos na miséria e passando fome.

“Não é só a taxa de analfabetismo alta o mais grave nesses estados. Outros dados econômicos também são inferiores. […] Onde a esquerda entra, leva o analfabetismo, a falta de cultura, o desemprego, a falta de esperança. É assim que age a esquerda”.

Segunda explicação de Bolsonaro para sua derrota: a apuração dos votos teve “alguns problemas”. Não apontou quais. O Tribunal Superior Eleitoral não viu problemas, nem o Tribunal de Contas da União, nem os militares, nem os observadores internacionais.

Bolsonaro disse ter visto semelhanças da evolução da apuração destas eleições com a disputa entre Dilma (PT) e Aécio Neves (PSDB). Em 2014, Aécio saiu na frente e Dilma o superou depois. Agora, foi Bolsonaro que saiu na frente e acabou atropelado.

Quer dizer o quê? Num caso como no outro, a apuração foi mais rápida em regiões onde Aécio, em 2014, e Bolsonaro, este ano, conseguiram mais votos. E foi mais lenta em regiões onde Haddad e Lula conseguiram mais. Elementar, não lhes parece?

Em uma eleição, tudo se resume a isto: ganha quem atrai mais votos, perde quem atrai menos. O mais, como sempre, é choro de perdedor, temeroso em colher mais uma derrota. A mais nova pesquisa do Ipec aumentou a preocupação de Bolsonaro.

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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