Seguidores escancaram que Jefferson e seu ato lunático espelham Jair Bolsonaro
Nas redes sociais, fazia pronunciamentos grotescos em que exibia armas de fogo e pregava ataques a magistrados e instituições. Por essa razão, passou a ser investigado no inquérito do Supremo Tribunal Federal acerca de uma suposta organização criminosa digital de inspiração antidemocrática, tendo sua prisão preventiva determinada em agosto de 2021.
Obteve em janeiro deste ano o direito à prisão domiciliar, sob a condição de não retomar as atividades políticas. Nunca levou a regra a sério, como se viu na tentativa frustrada de se lançar candidato a presidente como linha auxiliar de Jair Bolsonaro (PL).
O desvario pistoleiro do comparsa, a uma semana do segundo turno de uma disputa eleitoral acirrada, operou em Bolsonaro uma notável correção de conduta. Contumaz apologista de armas, subversões e arruaças, o presidente desta vez se viu forçado a manifestar, de forma trôpega pela falta de hábito, alguma compostura.
ilibrou-se entre repudiar publicamente as falas e balas de Jefferson e, ao mesmo tempo, manter a ofensiva contra o Judiciário que embala seus seguidores mais fanáticos. Negou pateticamente ter aparecido em fotos com o petebista celerado e, com mais cálculo, recordou a participação do hoje aliado no mensalão petista.
Impossível saber neste momento se a contenção de danos eleitorais de Bolsonaro será bem-sucedida, mas os próprios militantes da seita bolsonarista a gritar e agredir escancaram que Jefferson e seu ato lunático espelham o chefe.
Desde o primeiro dia de seu mandato, o presidente empenha-se em facilitar o acesso a armas e em difundir a tese doentia segundo a qual a sociedade deve estar pronta para enfrentar à bala uma delirante ameaça ditatorial.
Ele mesmo ameaçou descumprir decisões judiciais, exibiu-se com armamentos de todos os tipos e falou em fuzilar adversários. Para percorrer a distância da bravata à violência golpista, como se viu no domingo, basta um fanático.