Bloomberg vê efeito de Jefferson e Guedes; Washington Post perfila ex-presidente que ‘todo mundo reconhece’
(Nelson de Sá, Jornalista, publica a coluna Toda Mídia e cobre cultura e tecnologia, na Folha em 25/10/2022).
O francês Le Monde foi até Betim (MG), “uma das cidades mais polarizadas” da eleição, e falou com Thaís do Carmo, 31. Ela se diz indecisa porque, sendo “empreendedora, detesta” a esquerda, mas “não aguenta mais a agressividade e a vulgaridade de Bolsonaro”.
Já veículos americanos voltam a questionar o atual presidente e redescobrem Lula, às vésperas do segundo turno. Em reportagem publicada no Washington Post, “Fora da prisão e liderando as pesquisas, Lula se aproxima da volta por cima total”.
Ouve de John French, historiador da Universidade Duke e biógrafo do ex-presidente, que “ele é todos os brasileiros” e que, no país, “todo mundo reconhece a sua voz, seu sorriso, seu senso de humor”.
Noutro incidente, “o ministro Paulo Guedes enfureceu eleitores após planos para acabar com reajustes de salários e aposentadorias”.
Em reportagem multimídia no alto da home ao longo da terça (acima), o New York Times detalhou “Como o líder do Brasil construiu o mito da eleição fraudulenta” e “agora o país se prepara para sua reação se perder a eleição no domingo”.
O jornal “vasculhou centenas de horas de entrevistas, discursos e ‘lives’ e milhares de suas postagens em mídia social para mapear seus esforços de oito anos para questionar o sistema de votação”.
E sublinha que, “apesar de suas alegações, não existe evidência de fraude nas urnas eletrônicas desde que o Brasil começou a usá-las em 1996, segundo especialistas independentes, autoridades eleitorais do Brasil e governos estrangeiros, incluindo os Estados Unidos”.
NYT & PESQUISAS
Também no jornal americano, “As pesquisas no Brasil estavam erradas. Agora a direita quer criminalizá-las”.
Relata longamente os esforços de partidários e órgãos do governo, “incitados” pelo presidente, e avisa que são “parte de uma narrativa mais ampla forçada por Bolsonaro e aliados, sem evidências —de que o establishment político e a esquerda estão tentando fraudar a eleição”.
NATURE & LULA
Em editorial, a revista científica defende que “Só existe uma escolha na eleição do Brasil — para o país e o mundo“. Um novo mandato de Bolsonaro “representaria ameaça à ciência, à democracia e ao meio ambiente”, o que é detalhado, ponto a ponto, “em contraste” com Lula.