Radicais bolsonaristas irritam dirigentes do PL (seguido de comentário nosso)

By | 16/11/2022 5:43 pm
Juliana Dal Piva, colunista do UOL, em 16/11/2022)
A deputada federal Carla Zambelli é apontada como fonte de irritação da cúpula do PL por apenas querer inflamar sua base - Carla Zambelli
A deputada federal Carla Zambelli é apontada como fonte de irritação da cúpula do PL por apenas querer inflamar sua baseImagem: Carla Zambelli
A cúpula do PL está irritada com uma série de informações que circularam nos últimos dias atribuindo ao partido ações que a legenda não pretende tomar. Na visão de dirigentes da sigla, a ala mais radical e bolsonarista do partido continua sem aceitar a derrota da eleição presidencial e cria constrangimento ao vazar dados de discussões internas. Ao mesmo tempo, atrapalha a organização de uma oposição ao futuro governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) é uma das que mais irritam o partido, conforme revelou a colunista Bela Megale, do jornal O Globo. Na visão do PL, a parlamentar só investe em ações para alimentar sua própria base. A derrota de Jair Bolsonaro, em parte, é atribuída a ela, devido ao episódio em que apontou uma arma para um homem negro nas ruas de São Paulo, nas vésperas do segundo turno.

Mas o que mais irritou a cúpula do PL nos últimos dias foi a informação de que o partido iria pedir a anulação das eleições com base em um relatório feito pelo Instituto Voto Legal (IVL), contratado pela legenda para uma espécie de auditoria do resultado das urnas. O documento foi divulgado pelo site Antagonista na terça-feira. Horas depois, o PL informou que o documento era “obsoleto” e negou a intenção.

O partido informou, por nota, que o documento do PL está em produção. “Ainda não foi divulgada qualquer versão final do relatório, temos estudos em andamento. A versão publicada pelo Antagonista é obsoleta e não está assinada por ninguém”, afirmou o partido.

Na visão dos dirigentes, segundo a coluna apurou, o STF (Supremo Tribunal Federal) e o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) extrapolaram suas funções durante o pleito. Para integrantes do PL, os magistrados exageraram, por exemplo, ao derrubar contas de integrantes da direita e do PL, enquanto mantiveram no ar as redes do deputado federal André Janones (Avante-MG), apoiador de Lula.

No entanto, apesar das críticas, o grupo mais próximo a Valdemar Costa Neto, presidente do PL, avalia que qualquer ação deveria ter sido feita ainda durante a campanha. Agora, após a derrota, não seria mais viável. Inclusive, o Instituto Voto Legal apenas foi contratado por uma exigência de Bolsonaro. O PL atendeu ao pedido do presidente porque o considera um ativo.

Nos relatos feitos à coluna, a cúpula do PL se vê tentando um equilíbrio entre atender as demandas de Bolsonaro e não se envolver em nenhuma ruptura institucional.

Nos últimos dias, porém, cresce a pressão para que Bolsonaro saia do ostracismo em que está metido desde a derrota. O PL avalia que alguém precisa começar a liderar a oposição e a atitude de isolamento atrapalha o ativo de 58 milhões de votos obtidos na eleição.

Comentário nosso

Conscientes da inevitável derrota, cada um deles procura agora “puxar a brasa para sua própria sardinha”, mostrando que cumpriram o seu papel e não querem ser esquecidos numa   pretensa futura reviravolta da política. (LGLM)

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Category: Nacionais

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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