(Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado, divulgado no Notícias da Manhã, da Espinharas FM, 22/11/2022)
Que me perdoem os ouvintes pela frequência com que temos abordado esta questão, mas só o fazemos pela importância que acreditamos ter o assunto. Há uns quatro anos se vem discutindo a importância de se dotar o sertão da Paraíba de um Hospital de Traumas, a exemplo dos que já existem em João Pessoa e Campina Grande. Segundo entendem os que abordam o assunto, o grande número de acidentes e crimes que demandam um tratamento mais sério que só João Pessoa e Campina Grande têm condições de oferecer, que vêm acontecendo no sertão com tanta frequência, demandam um Hospital de Traumas, para evitar o deslocamento dos pacientes e acompanhantes para aquelas cidades maiores numa distância muitas vezes superior a trezentos quilômetros.
Justificada a construção deste equipamento, aborda-se a questão da localização, surgindo Patos, pela sua situação geográfica, como a cidade mais indicada para recebê-lo. E os patoenses e sertanejos de modo geral começaram a lutar por esta conquista.
O Governador João Azevedo nunca demonstrou interesse no atendimento a este pleito dos moradores de toda região sertaneja. Sempre que se abordava o assunto, o governador saía pela tangente, sem assumir nenhum compromisso, até que em plena campanha eleitoral, ele começou a prometer que, num segundo mandato, iria atender o nosso pleito e construir o nosso hospital de traumas que nem só para traumas se destina, pois o querem também como hospital de clínicas, ou o que quer que isso signifique.
Só que, ao invés de construir um hospital de traumas como existem em João Pessoa e Campina Grande, mesmo que não nas mesmas dimensões, mas como uma estrutura completa e independente, como qualquer hospital de traumas que se respeita, que fazer apenas um “puxadinho” do Hospital Regional. O Trauma de Campina Grande, por exemplo tem vinte e dois mil metros quadrados de área construída, correspondente a dois campos de futebol. Que nos destinassem pelo menos a metade desta área construída.
Só que o Governador João Azevedo quer construir um simples “puxadinho” do Hospital Regional de Patos, como fez com o chamado Hospital do Bem, que de hospital não tem nada. Os “puxadinhos” fazem partem da estrutura do Hospital Regional de Patos do qual usam apartamentos, enfermarias, centros cirúrgicos, copa e outros equipamentos e serviços.
O Hospital de Traumas de Campina Grande custou ao governo de Ricardo Coutinho, em 2011, ano em que foi inaugurado, quarenta e quatro milhões de reais, enquanto agora João Azevedo quer construir um “puxadinho” para o qual os parlamentares paraibanos só destinaram seis milhões e meio de reais.
Enquanto isso, só para o Hospital Help, em Campina Grande, pertencente a uma fundação particular destinaram, só neste ano, onze milhões e setecentos mil reais.
Ou seja, João Azevedo e os deputados e senadores paraibanos continuam a tratar Patos e o Sertão do Estado com menosprezo, enquanto destinam os maiores recursos para João Pessoa e Campina Grande. Para eles os grandes hospitais, para Patos e outras cidades do Sertão, simples “puxadinhos”.
E um detalhe a destacar. O deputado dito “patoense” Hugo Motta, dos dezenove milhões de verbas que pode destinar para o Estado, destinou apenas dois milhões para o “puxadinho” do Trauma e das Clínicas de Patos.
Ao que parece João Azevedo, que constrói Hospital da Mulher só para João Pessoa, da Criança e Adolescente só para Campina Grande, deve estar querendo encher o resto do Estado de “puxadinhos”, em cada hospital regional.