A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (9) a segunda fase da Operação Bleeder, em João Pessoa e Patos, na Paraíba. A operação tem 25 policiais federais e cumpre mandados de prisão em João Pessoa e Patos, na Paraíba e em Juazeiro do Norte, no Ceará.
A segunda fase da Operação Bleeder visa ressarcir ao erário os valores pagos indevidamente e apurar a utilização de laranjas na constituição de empresas que eram usadas para executar obras públicas.
A investigação teve início a partir de informações obtidas no âmbito da Operação Recidiva, realizada em conjunto pela Polícia Federal, Controladoria-Geral da União e Ministério Público Federal, que visou combater esquemas criminosos e fraudes a licitações e desvios de recursos federais em municípios do interior da Paraíba, relativos a obras de construção civil.
Foram realizadas fiscalizações e levantamento de dados envolvendo execuções de obras de açudes e barragens em municípios da Paraíba, sendo detectadas irregularidades, indícios de fraudes licitatórias, direcionamentos de contratos, contratação de empresas sem capacidade operacional, execução de obras de má qualidade e sobrepreço e faturamento.
Levantamento da Controladoria-Geral da União apurou que as obras investigadas totalizam R$ 79 milhões, sendo constatados indícios de sobrepreço e faturamento nos montantes de R$ 13,3 e R$ 8,2 milhões, respectivamente.
O nome da operação, Bleeder, vem do inglês e significa “aquele que provoca um sangramento”, em alusão ao fenômeno de sangria dos açudes públicos e à sangria dos cofres públicos, cujos recursos foram desviados pela ação dos criminosos.
Comentário nosso
A operação Recidiva, a que se refere a matéria, foi deflagrada no final de 2018, e atingiu ex-prefeitos de vários municípios da região, além de empresários, servidores públicos e outros. Para refrescar a memória dos leitores, reproduzimos o link de matéria sobre a operação, divulgada no final de 2019, pelo Ministério Público Federal: Operação Recidiva completa um ano com 20 investigações instauradas, 14 condenados e sete presos — Procuradoria da República na Paraíba (mpf.mp.br). (LGLM)