8 DE MARÇO

By | 08/03/2023 7:03 am

(Misael Nóbrega de Sousa, em Editorial no jornalístico Notícias da Manhã, da Espinharas, 08/03/2023)

 

A mulher é o entusiasmo fecundo. E me calar é pecado. Há luta em toda a trajetória de sua vida-semente. Não julguemos a mulher. Ela é a dúvida que não necessita de resposta. A mulher não nasceu da costela de nenhum Adão. Ela pariu ela mesma. Também não foi anunciada pelas trombetas de Querubins. O seu motivo é de exultação interior. Adveio do seio do mundo. Sem alarde. E se fez mistério. A mulher é a confissão da resistência, feito biografia: Joana D’ arc, Evita Perón, Anita Garibaldi, madre Tereza de Calcutá, irmã Dulce, Rosa Luxemburgo, Maria Quitéria, Chiquinha Gonzaga, Tarsila do Amaral, Cecília Meireles, Olga Benário, Frida Kahlo, Anayde Beiriz, Margarida Maria Alves… E é ainda, penitência, grata existência. – E destaco Nossa Senhora, Santificada e cheia de Glória, em deferência cristã. Não havia mesmo porque se esconderem. Atribuíram métodos às suas causas, sem precisar de glamour, e desafiaram o convencionalismo. Lutaram contra a sociedade machista, escravocrata, preconceituosa e ignorante, muito mais pela verdade que pela doação de si mesmas. Elas não queriam ser mártires. Não houve nenhum tipo de sortilégio. Aquilo foi amor. A experiência foi o grito: dilacerante e humilhante, mas que ainda ecoa. E nem mesmo mil vezes mil atos de amargura serão suficientes para amordaçá-las para sempre. Tivemos um episódio inventado onde, em 1857, cento e trinta funcionárias de uma fábrica têxtil, nos EUA, teriam morrido incendiadas, em meio a uma greve por melhores condições de trabalho. Tal mito surgira do cruzamento de vários fatos, dentre eles: um incêndio real ocorrido na Companhia de Blusas Triangle, em 1911, em Nova York, no qual 146 pessoas morreram, sendo 125 mulheres, induzindo-nos a voltar às nossas atenções, em cada 8 de março, para homenagear as mulheres que morreram empunhando a bandeira da igualdade, num obituário de intento memorial. Como se precisasse… Esse agravo não é muito diferente da historieta da viúva de sobrenome Consolação, que nascida na periferia da vida, tem a missão de continuar resistindo em sua lida diária para que compreendam que não se trata de convenção, mas de respeito… – E há uma legião silenciosa dessas mulheres simples – E esse silêncio sustenta o mundo. Não é sujeição, é virtude. Elas fogem da noite, cobrindo-se com o dia. E a luta que travam vem pelo exemplo. E a cada hora um sem número delas vira espelhos de Cristo. Onde fica o muro das lamentações de todas as Marias do mundo? Em todos os cantos do mundo. Mas, não há choro e ranger de dentes. Pobre humanidade que teme a si mesma; como se isso não fosse vaidade. Em todas as épocas, mulheres se empenham em favor de um ideário, numa metamorfose de casulo à mariposa. (…) E, voam, insistentemente, na direção do fogo, pois esse é o preço que se paga pela liberdade.

 

Comentário

Category: Blog

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *