Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado, no Notícias da Manhã, na Espinharas FM, em 14/03/2023)
Pela fato de estar aposentado não se sinta, nem se comporte como se fosse um inútil.
A aposentadoria é o benefício do descanso, pelo trabalho que você executou durante toda a vida, mas não deve se transformar na simples ocupação “de não fazer nada”. Isto lhe dará, mais cedo ou mais tarde, a sensação de inutilidade, que é a pior coisa que pode acontecer a um aposentado e que pode leva-lo à depressão, a pior doença do século.
Estou aposentado há dois anos, mas continuo a trabalhar mental e intelectualmente. Leio uma média de um livro por semana, faço palavras-cruzadas e outros exercícios semelhantes, curto meus netos (ganhei mais um) e os dos outros, namoro um pouco, acompanho o noticiário pela internet, ouço rádio, vejo os jogos dos meus times na TV, preparo meus programas, mantenho um blog na internet, faço uma hora de caminhada todo dia, bato papo com os amigos e, de quebra, lavo os pratos e ajudo a mulher a cuidar da minha filha e a fazer a faxina de casa.
Por falar em livros, aqui ao lado, estão uns três ou quatro livros que estou lendo. De romances, a livros de história, livros de conhecimento geral e livros religiosos, principalmente a Bíblia, numa versão católica ou evangélica.
Como dizia meu saudoso tio, Inácio Paca, velho desocupado só curte tristezas e doenças. Só pensa nos “pareceiros” que já morreram e em quando chegará o seu dia!.
Ao contrário do que muita gente pensa, a melhor coisa que o aposentado faz é procurar alguma coisa para fazer. Mente desocupada, já diziam os antigos, é oficina do diabo!
Uma vez por mês ou vou a Patos, revejo os amigos, visito alguns anunciantes, passo na Rádio Espinharas, bato um papo nas esquinas ou na barraca de dona Zuleica, lá na calçada do Forum. Passo três dias no Sertão e durmo pelo menos uma noite no sítio, depois de passar o dia batendo um papo com meus primos-irmãos e sobrinhos, olhando minhas fruteiras, comendo a comidinha caseira feita pela minha comadre Neta.
São atividades que me dão prazer e me ajudam a curtir uma merecida aposentadoria. Aliás, duas, graças a Deus.
Tenho pena quando ouço alguém dizer: “Estou doido para me aposentar para não fazer nada!”. Coitado dele, vai morrer de cachaça ou de depressão! Fuja disso. Aproveite a sua aposentadoria, mas com a mente ocupada.