Criticados pelo ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, mentor da proposta, banqueiros se defendem dizendo que os bancos não podem operar uma linha de crédito cujo custo embutido fica mais caro do que a taxa de retorno da operação.
Para eles, com a redução dos juros para 1,70% e os riscos de inadimplência, a operação gera prejuízo.
O recado dos banqueiros não é só para o ministro da Previdência, mas também para autoridades do governo Lula que defendem uma redução da taxa Selic, hoje em 13,75% ao ano, de forma artificial.
Na próxima semana, o Comitê de Política Monetária se reúne para decidir a nova taxa. A tendência é pela manutenção, mas com sinalização de uma queda em breve, caso sejam construídas as condições no Congresso para aprovação do novo arcabouço fiscal.
A redução dos juros do crédito consignado de aposentados já havia causado incômodo dentro do próprio governo, porque o ministro Carlos Lupi a aprovou a medida sem consultar a Casa Civil e o Ministério da Fazenda.
Diante da suspensão, o governo analisa a possibilidade de recuar no corte de juros. Só que, neste caso, pode haver danos à imagem do governo Lula, que passará a mensagem de que desistiu de uma medida que beneficiaria aposentados por causa de pressão de banqueiros.
Comentário nosso
Veja comentário nosso em 13/03/2023, em que já prevíamos essa reação dos banqueiros: “Será que os bancos vão se interessar em emprestar dinheiro com esse juro? Afinal, quem empresta o dinheiro é o banco, o INSS só garante pagar ao banco a parcela descontada a cada mês do benefício dos aposentados ou pensionista. Se o juro rebaixado se tornar desinteressante para o banco ele pode diminuir a oferta de crédito consignado. Os Bancos oficiais podem até concordar, mas e os bancos privados, vão querer tomar prejuízo, se é que o rebaixamento dos juros lhe traria prejuízo? (LGLM)”