Fé, Religiosidade e História: Procissão dos Homens leva multidão pelas principais ruas de Patos (seguido de comentário nosso)

By | 07/04/2023 7:03 pm

Como evento religioso já tradicional e grandioso da cidade, a Procissão do Homens que teve início em 1954, aconteceu na noite desta quinta-feira (06), com saída da Igreja Nossa Senhora da Conceição, reunindo centenas de homens nas principais ruas de Patos, até a chegada na Catedral Nossa Senhora da Guia.

A Prefeitura Municipal de Patos, por meio da Secretaria de Cultura, Turismo e Esportes esteve presente neste momento único, junto ao historiador Romildo de Sousa, idealizador do Ponto da História , reunidos no Centro de Cultura Amaury de Carvalho, dando suporte aos que iriam participar da caminhada e mostrando um pouco da história da procissão.

Romildo juntou dados desde o surgimento da procissão, que teve início por um grupo de amigos formado por Vigolvino, Eduardo, Valdim de Mizael, Faustino Vieira e Fernandinho Mocinha, como eram conhecidos, até se transformar neste evento religioso e cultural.

Conheçam a história:

Acontece a partir da meia noite a tradicional Procissão dos Homens, evento singular que vem sendo realizado desde 1954, quando a população masculina do município de Patos se concentra em frente à Igreja de Nossa Senhora da Conceição para dali sair em caminhada pelas principais avenidas da cidade cantando e orando e, assim, participando deste tradicional e grandiosíssimo evento religioso.

Um dos fundadores da Procissão dos Homens, Vigolvino – o Grande – que por muito tempo foi também sacristão, revelou que no início, toda quinta-feira da Semana Santa, juntava-se com alguns adeptos do ping-pong e ficavam jogando na sede da “Ação Católica”, instituição religiosa que ficava localizada ao lado da Igreja de Nossa Senhora da Guia. Lá pelas tantas, quando as pessoas estavam dormindo e as ruas completamente desertas, eles iam até à Igreja da Conceição, pegavam o Senhor Morto e o traziam para a Matriz Diocesana.

Com o passar do tempo, segundo Vigô o número de participantes foi aumentando consideravelmente a cada ano. Em uma determinada ocasião a multidão já se tornava quase incontrolável. Numa destas oportunidades, ocorreu que alguns populares resolveram ir buscar o Caixão do Senhor Morto mais cedo que o previsto. Houve então um começo de tumulto, que foi controlado, após muito diálogo. Devido este acontecimento, a Igreja resolveu assumir, em definitivo, a Procissão. Naquela época, dirigia os destinos religiosos de Patos o Padre Francisco de Assis Sitônio, que foi vigário da Matriz de 1953 a 1959.

Por um longo período era da responsabilidade de Fernando Mocinha a tarefa de puxar o terço e os cantos da Procissão, contando ainda o apoio de Zé Neves do Banco do Brasil. Com a morte de Fernando, Rafael passou a desempenhar esta função, auxiliado por Agnaldo Sátyro e outros companheiros.

Encerrada a Procissão e feita as últimas orações, o Senhor Morto é levado para o interior da Igreja de Nossa Senhora da Guia, localizada na rua Solon de Lucena, onde tem início um dos momentos mais esperados pelos participantes da caminhada: a retirada das relíquias.

(Texto: Romildo de Sousa – Historiador)

Comentário nosso:

Conheci os pioneiros da Procissão dos Homens. Vigolvino foi meu conterrâneo na rua dos Dezoito e recebeu meu primeiro voto de vereador. Eduardo Escarião foi sacristão em Nossa Senhora da Guia e depois negociou com Bufê e Fernando Mocinha (nunca foi Fernandinho, era salvo engano, Fernando Fernandes da Nóbrega) que morava na rua Irineu Jófilly e frequentador de Nossa Senhora da Guia e Santo Antônio, foi depois “cabra de confiança” do prefeito Rivaldo Medeiros que lhe entregava dinheiro para fazer pagamentos de alguns forncedores da Prefeitura. Faustino Vieira e Valdim de Mizael, assim como os demais, eram também figuras muito conhecidas, de tradicionais famílias patoenses. Todos frequentadores habituais e participantes das cerimônias religiosas. (LGLM)

 

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Category: Locais

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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