(Jozivan Antero, no Polêmica Patos, em 19/04/2023)
Entre uma corrida e outra, o mototaxista José Aécio Batista de Morais, de 53 anos, vai tecendo os pontos firmes e com muita habilidade para a fabricação artesanal da tarrafa. O mototaxista trabalha na praça da Avenida Epitácio Pessoa, próximo da Prefeitura Municipal de Patos, no centro, e fabrica de forma artesanal a tarrafa usando o apoio e a sombra de uma árvore no canteiro central.
José Aécio aprendeu a arte da fabricação da tarrafa aos 15 anos de idade com o amigo pescador Zezito, de 70 anos, que reside no Bairro Alto da Tubiba, em Patos. O mototaxista disse que Zezito se tornou um grande amigo e que vez por outra faz pesca ao seu lado.
Ser tarrafeiro exige paciência. José Aécio fabrica uma tarrafa por mês e a venda varia em torno de R$ 300,00. O mototaxista desenvolveu aperfeiçoamento da arte secular e usa linhas de espessuras gradativas que deixam a tarrafa mais resistente e mais leve.
Para Aécio, a fabricação de tarrafas é uma forma de complementar a renda familiar, pois ele sobrevive da profissão de mototaxista. Muitos que trafegam na agitada Avenida Epitácio Pessoa quase não percebem, mas o mototaxista mantém uma arte secular que surgiu, de acordo com estudos, no século 4 d.C.
Desde 2016, quando começou a profissão de mototaxista, José Aécio fabrica as tarrafas no centro de Patos. Casado há 29 anos e pai de três filhos, o mototaxista disse que já vendeu tarrafas para dezenas de pessoas pela Paraíba.
Comentário nosso
Na realidade tecer tarrafas não seria uma arte secular, mas quase bimilenar. Parabéns ao Aécio, não só por manter esssa arte, mas antes de tudo por dar uma prova de aproveitamento do tempo ocioso. Se todos fizessem isso, o mundo seria muito melhor. Principalmente, entre os idosos. Nada para a gente se sentir útil do que aproveitar todo o tempo ocioso. “Fazer nada” só é proveitoso se for para orar, meditar ou observar a natureza. (LGLM)