Não transformemos brigas de estudantes em presságios de fim do mundo

By | 23/04/2023 5:40 am

(Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado, publicado no Notícias da Manhã, da Espinharas FM, em 18/04/2023)

O noticiário recente sobre violência em escolas, lembrou-me um episódio que testemunhei uns cinquenta e cinco anos atrás. Marreta (o futuro craque Messias do Nacional) e o saudoso Wandinho Parente, pegaram uma briga, não sei por que motivo, dentro do ônibus que os levava para o novo Diocesano, no Belo Horizonte. Apartamos a briga e, como encarregados da disciplina do Colégio, determinamos que naquele dia os dois não teriam direito a recreio e ficariam de castigo na sala dos professores. Mesmo de cara feia um para o outro até o último recreio, quando fomos liberá-los para a última aula, os dois futuros cidadãos patoenses, à época na faixa dos doze anos, estavam “batendo papo” como se nada tivesse acontecido.

Briga de estudantes é isso. Algo sem consequências. Basta que diretores, professores e inspetores procurem saber o motivo das brigas e façam as pazes entre os briguentos. Antes nunca foi preciso polícia dentro das escolas, hoje o problema pode continuar a ser resolvido com um simples trabalho preventivo.

Os pais podem fazer a mesma coisa, procurando tomar conhecimento de tudo que acontece com os seus filhos na escola, verificando o que os filhos levam quando saem de casa e orientando-os junto com a diretoria para que os problemas sejam resolvidos entre os próprios estudantes.

Não se pode jamais levar para dentro de uma escola um clima policialesco. Polícia é para garantir a segurança externa. Uma ronda bem-organizada em toda a cidade, incluindo as escolas, pode ter um efeito preventivo, muito mais efetivo do que colocar um guarda dentro de cada escola. Dirigentes, professores e inspetores estão muito mais preparados do que policiais para prevenir a violência escolar.

A imprensa por sua vez deve ter todo o cuidado na divulgação desses episódios que não são exclusivos do Brasil. Lá fora acontecem todo dia.

Tem gente interessada na divulgação destes fatos para passar a ideia de que os governos não estão no controle da segurança do país. Gente que quer “faturar” eleitoralmente em cima de episódios isolados que podem acontecer em qualquer país. É um absurdo a ideia de colocar equipamentos de detecção de metais e guardas em todas as escolas. Isto é demagogia.

Autoridades, pais, dirigentes de escolas, professores, inspetores de alunos, policiais e imprensa devem cumprir cada um a sua missão, evitando criar um clima de pânico que não interessa a ninguém.

Que as autoridades tomem as providências necessárias contra quem utiliza as redes sociais para divulgar notícias falsas (fakes news) sobre episódios violentos em escolas e contra quem divulga com estardalhaço os fatos verídicos.

Bandidos são todos aqueles que tentam fomentar um clima de pânico na população e, principalmente nas escolas.

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Category: Opinião

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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