(Misael Nóbrega de Sousa, em Notícias da Manhã, em 01/06/2023)
Antes dessa história de Marco Temporal aprovado, esta semana, pelo Congresso Nacional brasileiro, “que flexibiliza para não indígenas o uso das terras e impede a ampliação de demarcações; e estabelece que os indígenas só têm direitos as terras que já eram ocupadas por eles quando da promulgação da Constituição Federal, em 1988”, o que para muitos é considerado um crime contra o meio ambiente e um acinte aos povos originários, por pessoas comprometidas com o capitalismo e o genocídio indígena, é preciso que a gente revisite a história oficial do Brasil. Lá por volta de 1500 quando fomos “descobertos” (os seria conquistados?) por acaso, por Pedro Alvares Cabral, quando uma tempestade o desviou do caminho marítimo para as índias e o fez aportar na costa brasileira, quem estava lá para recebê-lo? Os Tupiniquins! Logo, o Brasil se torna colônia de Portugal, com a “ajuda” desses nativos ingênuos, desorganizados e despreparados para resistir à ocupação. Não sobrando alternativas a não ser se deixarem ser “civilizados”, catequizados e escravizados, para não serem exterminados pelo império Português e seus vizinhos europeus que passaram a disputar nossas riquezas e Pau Brasil, em troca de bugigangas. Veio a colonização por Portugal, partilha de terras em sesmarias, surgimento das vilas e cidades, a cana de açúcar, o café… Até que aconteceu o grito da independência, às margens do rio Ipiranga, quando dom Pedro I nos “libertou” das amarras lusitanas. Porém, não sem antes pagar pelo “acordo” uma indenização milionária para os “gajos”, ora bolas. Passados os anos mais difíceis de opressão e submissão, os índios foram sendo relocados às suas reservas junto ao que sobrou dos saques imperialistas. E assim continuaram vivendo… Os recursos naturais cada vez mais escassos, doenças oportunistas, ausências de políticas públicas de proteção e preservação, governos insensíveis, etc. Some-se a isso, essa nova porrada do Congresso Nacional orquestrada pela bancada ruralista e grileiros, que ainda enxergam no território indígena, riquezas a serem exploradas, tais como: extração ilegal de madeira e mineração… – Diminuindo não só o espaço territorial e de respeito indigenista, mas remontando a história de dominação em troca de espelhos, bijuterias e galinhas…