Flávio José reclama de ‘corte’ no show e alerta para valorização do artista nordestino no São João

By | 04/06/2023 9:38 am

O episódio com Flávio José aconteceu na noite desta sexta-feira (02), o segundo dia de festa, do ‘Maior São João do Mundo’, em Campina Grande.

Flávio José no São João 2023 de Campina Grande — Foto: Erickson Nogueira/Jornal da Paraíba

O cantor paraibano Flávio José, consagrado intérprete de sucessos do forró nordestino, fez um desabafo no palco do Maior São João do Mundo, na noite desta sexta-feira (02), em Campina Grande.

O artista reclamou de ter que diminuir o tamanho do show, em pelo menos 30 mim, após determinação dos organizadores do evento. Ele chegou a afirmar que não sabia se iria cantar todas as músicas do repertório por causa do ‘corte’ na apresentação.

Visivelmente descontente com o pedido de diminuição do tempo, aproveitou para reclamar da falta de valorização do artista nordestino.

Me disseram que eu só podia tocar 1h10. Eu não tenho nenhum show para sair correndo pra fazer. […] Não foi uma ideia minha. Infelizmente são essas coisas que os artistas da música nordestina sofrem, é isso. ‘Precisa cantar 1h30 não, 1h tá bom’ !”, desabafou.

A fala dele repercutiu muito redes sociais (veja links abaixo) e abriu um debate sobre a necessidade de lutar para manter ou ampliar a participação de nomes do forró nordestino dentro das festas juninas.

Gusttavo Lima 

Depois de Flávio José quem subiu ao palco foi o cantor sertanejo Gusttavo Lima, que tocou quase 3 horas. Inclusive, no fim da apresentação, destacou o orgulho de fazer um show com esse tempo no maior palco junino do país.

Ao Conversa Política, a assessoria de imprensa da organização disse que não havia definição (até às 12h12) se a empresa iria se pronunciar sobre a reclamação de Flávio José.

 

Flávio José reclama de 'corte' no show e alerta para valorização do artista nordestino no São João

Comentário nosso
É realmente o cúmulo da falta de respeito para com a música nordestina. Não é por ser Flávio José a vítima da afronta. Podia ser Aécio Flávio, Zé Nilton, Manoel Valadares, Agamenon Show, Biliu de Campina, Tom Oliveira, Santanna, Alcimar Monteiro, os saudosos Pinto do Acordeon, Luiz Gonzaga, Marinês, Jackson do Pandeiro, Sivuca ou Dominguinhos. Todos merecem igual respeito. Mas somos culpados por isso. Quando começamos a admitir que a nossa principal festa, o nosso ciclo junino, fosse invadido e depois completamente deturpado, por outros ritmos, que de nossos não têm nada, passamos a entregar a nossa cultura nordestina a um empresariado venal, que só pensa no lucro. Para ele, cultura é dinheiro caindo nos seus cofres. Com o que se paga a um Gustavo Lima da vida, dava para se fazer toda uma festa de São João, realmente nordestino com artistas da terra. Mas o lucro seria pequeno para os empresários do ramo. Se quisermos recuperar o nosso São João temos que passar a fazer duas festas. Uma festa junina para promover a nossa música e a nossa cultura e um festa para atender a ganância dos empresários, com os Gustavo Lima, os Alok, os Safadões e caterva. Cultura se faz ensinando a juventude a apreciar o que é bom e autêntico, não apresentando para ele as “buchas” que rendem fortunas para artistas inexpressivos e passageiros e empresários gananciosos e inescrupulosos.  (LGLM)

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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