(José Romildo Sousa, Escritor, poeta, historiador e consultor cultural, no Facebook, em 23/05/2023)
A vida é cheia de encontros e desencontros, chegadas e partidas. Momentos importantes e separações inevitáveis. Amizades fortalecidas pelo convívio cotidiano e perdas inesperadas promovidas pela própria natureza.
No último dia 14 de abril, uma sexta-feira, foi com profundo sentimento de pesar que recebemos a notícia do falecimento de um dos ilustres filhos das Espinharas, que contribuiu de maneira substanciosa com nossa educação, cultura e a historiografia, através de debates, entrevistas, artigos em jornais, publicações e palestras. Me refiro ao grande amigo e conselheiro muito especial, o professor, jurista, escritor e historiador Flávio Sátiro Fernandes.
Flávio Sátiro Fernandes foi idealizador juntamente com José Gomes Alves e outros amigos (1969) da criação da Fundação Francisco Mascarenhas, atual UNIFIP. Partiu dele também a ideia de viabilizar a Fundação Ernani Sátyro, fato oficializado em 21 de julho de 1988, através do Decreto 5.048, assinado pelo então Governador Tarcísio de Miranda Burity, sendo que a sua inauguração se deu em 5 de março de 1991. Tornando-se assim, um importante equipamento museológico para a região da Morada do Sol.
Na noite da última segunda-feira (15) se reuniram no auditório do Fórum Desembargador Federal Ridalvo Costa (Justiça Federal) na capital do Estado, autoridades constituídas, contemporâneos, amigos, alunos e familiares de Flávio Sátiro Fernandes, para a Sessão de Saudade, quando foi lembrada a vida e a obra do estimado professor, jurista e Ex-Conselheiro do Tribunal de Contas.
Inicialmente foi composta a mesa dos trabalhos que ficou assim constituída: Conselheiro Arnóbio Viana (Tribunal de Contas do Estado), Severino Ramalho Leite (Presidente da Academia Paraibana de Letras), Eitel Santiago de Brito Pereira e Rodrigues Toscano de Brito (Membros da Academia Paraibana de Letras Jurídicas), Jornalista Rui Leitão (Representando o Instituto Histórico e Geográfico Paraibano) e José Romildo de Sousa (Representando o (Instituto Histórico e Geográfico de Patos).
Na oportunidade, iniciando os pronunciamentos, utilizou da palavra o historiador José Octávio de Arruda Medo que se reportou ao “Regionalismo e Direito Constitucional em Flávio Sátiro”. Que concluiu sua argumentação dizendo: Tanto é assim que, aqui estamos para pleitear a preservação, por Eliane Dutra Fernandes e Flávio Sátiro Filho, da Revista GENIUS. Ela terá que continuar. Com cinquenta e três números, em dez anos, da melhor qualidade. Foi essa, sem sombra de dúvida, a mais duradora realização cultural do Dr. Flávio Sátiro. Foi com ela e as demais obras que ele ganhou o infinito, transportando-se bem além de todos nós, até a eternidade”.
Seguido de Renato César Carneiro que trouxe à tona a vida e a obra do homenageado, delineando as diversas atividades por ele exercidas em sua destacável existência.
O jornalista Rui Leitão, (representando o IHGP) falou sobre a presença de Flávio Sátiro na Casa de Irineu Foffily e José Romildo de Sousa (representando o IHGPatos), espelhou-se em duas oportunidades que esteve presentes em importantes momentos: ao ingressar na Cadeira nº 21, do IHGP quando foi por Flávio saudado e quando ele assumiu a Cadeira Nº 3 no IHGPatos, que tem como patrono Ernani Sátyro que, o fundador do Instituto de Patos teve o prazer de no final do seu pronunciamento, socializar: “A convivência profícua com o Dr. Flavio Sátiro Fernandes nos proporcionou além de muito aprendizado acerca do conhecimento em diferentes áreas da historiografia patoense e paraibana, resultou principalmente em uma amizade construída na base da confiança, do respeito, da estima e da consideração, principalmente durante o período de 2004 a 2011, quando estivemos a frente da Fundação Ernani Sátyro (FUNES)”.
Na oportunidade, Ramalho Leite, (Presidente da Academia de Letras) abriu a Cadeira nº 21 da Instituição que dirige a qual tinha Dr. Flávio como ocupante, para inscrições de futuros pretendentes;
Foi ainda descerrado uma pintura com o busto de Dr. Fávio Sátiro Fernandes que será instalado no Tribunal de Contas do Estado.
Encerrando o evento, muito emocionado e representando a família, Flávio Sátiro Fernandes Filho teceu longos comentários sobre a profícua convivência que teve com seu pai. Inclusive, relatando que a 1ª edição do livro “Na Rota do Tempo (Datas, fatos e curiosidades da história de Patos)”, lançada no Forúm Miguel Sátyro em 2003, no Centenário da cidade, ele deixou totalmente revisado e atualizado, pronto para uma nova publicação. Também a segunda edição do livro “Ernani Sátyro: Amigo Velho (Uma Biografia)” ficou em estágio bem adiantado. Quanto a Revista Genius, que Dr. Flávio vinha editando Flávio Sátiro Filho se comprometeu em continuar com o projeto.
Foi uma noite de reencontros e cultivo a figura inolvidável do jurista Flávio Sátiro Fernandes.