(Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado, publicado no Notícias da Manhã, da Espinharas FM, em 13/06/2023)
Divulgamos outro dia uma matéria sobre o Clube do Livro Entre…Linhas, a roda de conversa sobre a leitura, os escritores, os gostos, as dicas e o vasto universo que surge a partir da leitura, desenvolvido na Escola Estadual Monsenhor Vieira, sob o comando da Professora Klítia Cimene. Uma ideia excelente para estimular a leitura pelos alunos e que deveria ser copiada por todas as escolas.
Comentando a notícia, nós confessamos a importância que a leitura teve para a minha formação intelectual, desde os meus tempos de aluno do Seminário de Cajazeiras. Mas a semente lançada no Seminário foi adubada pelo exemplo de casa. Minha mãe só estudou até o quarto livro, o que correspondia ao curso primário de sua época. E meu pai só estudou até o primeiro livro, embora no decorrer da vida aprendeu até regra de três composta, que muito doutor de hoje talvez não saiba resolver. Mas meu pai e minha mãe eram leitores apaixonados.
Minha mãe que faleceu vítima de câncer no cérebro, tinha, no final da vida, dores de cabeça terríveis, mas eu me lembro de que ela enrolava a cabeça com um paninho embebido em álcool, para aliviar as dores e ler um pouco. Lia livros e revistas e dava notícia de tudo.
Dei de presente ao meu pai, um dicionário de Português, de uns que eram vendidos pelo MEC, e ele mantinha este livro em cima da TV, porque quando ouvia uma palavra que não sabia o sentido ele ia ao dicionário procurar o significado. Na época em que eu residia em Patos, todo domingo ele ia almoçar lá em casa e chegava cedo para ler a revista Veja de que eu era assinante. E que levava para ler em casa, se eu tivesse terminado de ler a revista.
Depois que ele morreu, o saudoso amigo Virgílio Trindade, me revelou um detalhe que eu não sabia. Que, todo dia meu pai passava lá pelo seu escritório, para dar uma olhada nos jornais diários que Virgílio recebia.
Por conta destes exemplos, tanto eu como minhas irmãs, Leda e Fátima, ainda hoje somos leitores assíduos de livros e revistas. Que Fátima divide com a internet. E para completar, cinco dos meus filhos, hoje todos formados, são também leitores apaixonados. Por conta disso, todos nós nos demos bem profissionalmente. Principalmente como estudantes universitários e como participantes de concursos públicos.
Nisso concordamos plenamente com artigo publicado pela tradicional Universidade Cândido Mendes, no Rio de Janeiro, “ler estimula o raciocínio, ativa o cérebro, aumenta a imaginação, melhora o vocabulário, desenvolve o pensamento crítico, combate o estresse, dá um gás motivacional, amplia criatividade, estimula a capacidade de concentração e o leitor transforma a sua escrita”.