O ministro Nunes Marques confidenciou a colegas do Tribunal Superior Eleitoral que não pedirá vistas do processo que cassará os direitos políticos de Bolsonaro e que o impedirá de ser candidato nas eleições de 2024 (municipais) e de 2026 (gerais).
É conversa mole dele para despertar a piedade dos seus devotos e manter-se ativo na política por mais algum tempo. Aos mais próximos, Bolsonaro exalta as vantagens de dispor de um mandato eletivo, qualquer um, para se sentir protegido pela Justiça.
Haverá bolsonaristas fiéis a ele até o último dos seus dias, a jurar que não cometeu nenhum dos crimes que lhe são imputados. Não, não abusou do poder político. Não, jamais agiu para derrubar a democracia e instalar uma ditadura no Brasil.
De que adiantaria? Ele será o sexto dos sete ministros a votar. Antes disso, estará formada a maioria de votos em desfavor de Bolsonaro. Ficaria claro que o pedido de vistas foi só para suspender o julgamento e retardar a proclamação do resultado.
É o que lhe cabe fazer. São ossos do ofício. O Supremo rejeitará o recurso por esmagadora maioria de votos – salvo, talvez, os votos de Nunes Marques e de André Mendonça, que também deve sua nomeação a Bolsonaro. Consummatum est.