(Luiz Gonzaga Lima de Morais, em 15/07/2023)
Meu saudoso tio Inácio Paca, que morreu aos 89 anos na minha granjazinha Asa Branca, dizia que a maior tristeza da velhice era ver os irmãos e os amigos morrerem. Cada notícia, dizia ele, era uma facada no coração. A cada irmão, parente, colega de infância, amigo de farra, companheiro de trabalho que ia, era um pedaço da vida que nos tiravam.
Agora, com mais de setenta anos, sinto cada vez mais este peso que a velhice nos traz. Alguns dizem que é o preço que pagamos por ficarmos idosos e que é melhor do que morrer jovem. Mas a dor das perdas pesa muito.
Esta semana perdi três pessoas que levaram pedaços de minha vida. Ernani Baeta, casado com uma prima minha muito querida, era um pedaço da família. Zezinho do Petisco era Morais como eu, mas por sua ligação com os repentistas, faz parte da minha história de apresentador de festivais de cantadores de viola. Zezinho não faltava a um e organizava cantorias em seu bar do Petisco. Os dois se foram na quinta-feira, 13/07.
A sexta-feira, 14/07, me levou um velho e querido colega de trabalho no Banco do Brasil. José Gomes Filho, o Zé Gago para os amigos, embora de gago não tivesse nada. Seu pai era que ganhara o apelido de Zé Gago e seu irmão Manoel, em decorrência era chamado Mané Gago. Uns três anos mais velho do que eu, na idade e no Banco, Zé Gomes foi meu colega no Banco do Brasil. Foi Caixa Executivo como eu, de 1970 a 1974, convivendo na “gaiola” dos caixas, batendo papos, fofocando e trocando informações. Fomos dos primeiros caixas-executivos, logo depois de implantação do novo sistema, onde o caixa fazia tudo. Recebia o cheque dos clientes, conferia a assinatura do cheque, anotava o valor pago nos relatórios, contava o dinheiro e fazia o pagamento. Antes a tarefa era dividida entre vários funcionários.
Zé Gomes era um companheiro de fácil convivência, sempre colaborativo e animado. Depois a vida me levou para outras agências, mas continuamos amigos. Nos últimos dias, soube do agravamento de sua saúde e fiquei torcendo por ele. Mas cumpriu a sua missão, terminou sua passagem pela terra e Deus o levou na última sexta-feira.
Daqui as nossas condolências a minha prima Socorro (viúva de Ernani), dona Ivone (viúva de Zezinho) e Edízia (viúva de Zé Gomes), juntamente com os cerca de quatorze filhos dos três. Partilho com eles a sua dor e a saudade que ficou.