(Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado, publicado no Notícias da Manhã, da Espinharas FM, em 18/07/2023)
Outro dia, no Notícias da Manhã da Espinharas FM, ouvi a informação de que uma livraria em Patos tinha uma sala de leitura. Vibrei com a informação. A maior carência da nossa educação é a de leitura. Em outra ocasião eu vibrei com a ideia da professora Klítia Cimene, da Escola Estadual Mons. Vieira, que criou o Clube do Livro Entre…Linhas, uma roda de conversa sobre a leitura.
Nós temos que, urgentemente, recriar em nossos estudantes o gosto pela leitura. É uma forma de aprendizado que vai reforçar o que se aprende na escola.
A notícia sobre a livraria com uma sala de leitura me fez lembrar uma famosa casa recifense que conheci quarenta anos atrás, a Livro 7. Ficava a uns cem metros de distância do edifício onde eu morava na Rua Sete de Setembro, na Boa Vista. Além de ter um acervo de livros excelente, numa época em que a gente não tinha a internet para comprar qualquer tipo de livro imaginável, a Livro 7 era um ambiente agradável, frequentado por escritores, políticos e atores de teatro e televisão, onde você podia ver de perto gente famosa e ao mesmo tempo acompanhar o que estava acontecendo na literatura internacional e nacional.
A Livro 7 tinha àquela época uma atração extra. Os bancos de leitura. Você podia pegar qualquer livro do acervo da livraria, sentar em um daqueles bancos, e esquecer da vida, lendo um livro. E para completar ainda tinha uma garrafa de café ali pertinho, para você se servir à vontade. Depois é que fiquei sabendo que aquela moda de livrarias com salas de leitura era uma novidade internacional que estava se difundindo. Eu mesmo, mais de uma vez, me sentei para dar uma olhada em alguma novidade literária, que se me agradasse, eu terminava comprando.
Mas muita gente, que pela aparência não era nem tão abonada assim, aproveitava a oportunidade para ler um livro que não conseguira comprar. E eram pessoas que eu sempre via por ali, aproveitando o tempo para ler.
Parabéns à livraria patoense que está fraqueando os seus livros para quem não os pode comprar. Está prestando um excelente serviço a cultura. Na hora em que puder adquirir um livro você terá ali mais um cliente. E ao mesmo tempo você está alimentando um dos vícios mais importantes para o aprendizado e a cultura, o vício de ler. As pessoas viciadas na leitura serão sempre pessoas criativas e preparadas para exercer qualquer função ou profissão. Ou para disputar um concurso público.