(Blog do Jordan Bezerra, com informações do Diário de Pernambuco, 21/07/2023)
Pinto do Acordeon. Foto de divulgação
Nesta sexta-feira (21), a nação forrozeira e os fãs fizeram questão de lembrar da despedida dos 3 anos, do cantor e compositor paraibano Pinto do Acordeon, nome artístico de Francisco Ferreira Lima, fez sua páscoa, em 21 de julho de 2020, aos 72 anos. Ele lutava contra um câncer que atingiu sua bexiga e viajou até São Paulo para tratar a doença no Hospital Albert Einstein, onde veio a falecer.
Como o próprio Pinto dizia o poeta não morre, pois na sua cova nasce um pé de flor!
Francisco Ferreira Lima nasceu no município de Conceição, no Sertão da Paraíba, mas foi morar em Patos na década de 1960. Ele é autor de grandes sucessos, como Nenem Mulher, que alcançou sucesso nacional por ser tema da novela Tiêta, da TV Globo. Pinto se apresentava com o pernambucano Luiz Gonzaga, que o ajudou alçar sua popularidade na região. Ele gravou seu primeiro LP em 1976 e chegou a lançar em torno de vinte álbuns gravados em seu nome (entre CDs e LPs). Suas composições já foram gravadas por nomes como Dominguinhos, Genival Lacerda, Fagner e Elba Ramalho.
Pinto foi eleito vereador de João Pessoa, capital da Paraíba, para exercer o mandato entre os anos de 1993 e 1997. Em 2008, foi para o Festival de Montreux, Suíça, no qual se apresentou junto com outros artistas brasileiros, entre os quais Gilberto Gil, Elba Ramalho, Milton Nascimento, Chico César, Flávio José, Aleijadinho de Pombal e Trio Tamanduá. Em 2017, a escola de samba Império do Samba homenageou Pinto do Acordeon ao abordar sua história como tema do desfile e samba enredo. Em 2018, Pinto do Acordeon gravou música para campanha eleitoral do presidente Jair Bolsonaro. No ano passado, sua obra se tornou Patrimônio Cultural e Imaterial do Estado da Paraíba.
Nesta sexta (21), o seu filho, o músico Cicinho Lima juntou-se com alguns forrozeiros de Patos e fizeram uma justa e merecida homenagem ao grande Pinto do Acordeon.“Eu vou estar ‘vivão’ a vida inteira porque o artista não morre. Quem já gravou 486 músicas para tudo quanto é de artistas e nos meus discos, esse artista não vai morrer nunca. Ele se imortaliza. Na sua cova nasce um pé de flor”. Pinto do Acordeon.
Comentário nosso
Grande artista e grande figura humana. Nunca perdeu a humildade de sertanejo que sabia o seu valor, mas não fazia disse uma arma para humilhar aos outros. Continuou pela vida toda, o menino simples que conheci pouco de depois de ele ter chegado a Patos, morando na rua Cônego Bernardo, onde eu também morava. Sempre o admirei por isso. Sempre foi ele. Um grande artista e não um cuspidor de microfone oportunista, como muitos que aparecem por aí. (LGLM)