A delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid preocupa cada vez mais o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e sua família. Embora o clã Bolsonaro adote o discurso oficial da “perseguição política”, nos bastidores o clima é de pânico.
Um interlocutor do ex-presidente disse à Coluna, sob reserva, que ninguém no PL tem dúvidas de que mais denúncias contundentes vão aparecer, e não somente relativas ao escândalo das joias, caso revelado pelo Estadão.
Dirigentes do PL temem que, de cabo eleitoral poderoso o ex-presidente se transforme em um político “tóxico”, a ser escondido no palanque. Até agora, o partido apoia a reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB) na capital paulista. Nunes, porém, vive uma encruzilhada política: precisa do voto do eleitor bolsonarista, mas, para se preservar, não pode ficar “colado” ao ex-presidente. É isso que indicam as últimas pesquisas avaliadas por coordenadores da campanha do prefeito.
A Polícia Federal está convencida de que Cid também vai apresentar provas sobre o núcleo político que armou a tentativa de golpe, em 8 de janeiro, e quem foram os financiadores daquele atentado contra a democracia, além de evidências sobre como funcionava o que as investigações chamam de “organização criminosa”.
Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Cid deixou neste sábado, 9, o Batalhão do Exército de Brasília, onde estava preso desde 3 de maio, após ter fechado acordo de colaboração premiada com a PF, homologado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O tenente-coronel deve prestar novos depoimentos a partir da próxima semana.
Comentário nosso
Mauro Cid que se cuide com o que come e o que bebe por esses dias. Tem gente doida para queimar seu arquivo. Sua delação pode terminar de enterrar o que foi o desgoverno Bolsonaro. O ex-presidente, toda a familia e toda a caterva que estava a seu serviço. Quem viver verá. (LGLM)
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