(Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado, publicado no Notícias da Manhã, da Espinharas FM, em 12/09/2023)
No Papo de Coleguinha da semana passada, por falta de espaço, prometi falar de novas estripulias de Bolsonaro esta semana.
Mas muitas das estripulias não são tão novas assim. Algumas já têm mais de quatro anos. Logo no início do mandato o seu entorno, formado pelos três filhos mais velhos e alguns sequazes, montaram o que se passou a chamar de Gabinete do Ódio. Era uma fábrica de “fake news” em que se tentava denegrir os seus adversários, ao mesmo tempo em que se tentava esconder os malfeitos dele, dos seus filhos e de seguidores mais próximos.
Depois começou a mudar a legislação sobre a compra e porte de armas, numa tentativa de armar o maior número possível de seguidores, que o apoiassem numa futura tentativa de golpe, abortada depois da posse de Lula, oportunamente pela falta de adesão dos comandos militares.
Do desastre da COVID, com a morte de setecentos mil brasileiros, falei no PAPO anterior, só me esqueci de falar que ele fez o possível para atrapalhar as tentativas dos governadores e prefeitos de combaterem a pandemia, já que ele nada fazia.
Vieram depois, numa tentativa de passar a imagem de que se tornara um líder imbatível, as chamadas “motociatas”, financiadas com dinheiro público, em que afrontava a lei de duas formas: não usava as máscaras determinadas pela legislação de combate à COVID e nem sempre usava capacete, dando um péssimo exemplo.
Tentou em vários episódios desmoralizar a Justiça Eleitoral e as urnas eletrônicas, terminando por reunir embaixadores estrangeiros para tentar convencê-los que as urnas e as eleições brasileiras não eram confiáveis.
Antes das eleições inventou todo tipo de benefícios financeiros tentando comprar o voto dos brasileiros que lhe garantissem a permanência no poder.
No segundo turno das eleições, numa tentativa de reverter a derrota que se prenunciava, tentou usar a Polícia Rodoviária Federal, com a realização de “blitzen”, em sua maioria nas estradas do Nordeste, onde a vantagem de Lula fora acachapante no primeiro turno.
Incentivou o agronegócio e os caminhoneiros para atraí-los para a defesa dos seus interesses, a ponto de empresários do agronegócio financiarem os atos terroristas de 8 de janeiro.
Os atos de 8 de janeiro, que tudo indica foram organizados por incentivo dele pelos seus seguidores, foram a maior afronta ao Estado Democrático de Direito, em nosso país, nos últimos sessenta anos. Os fatos estão sendo devidamente apurados e sua responsabilidade certamente será punida.
Agora há poucos meses, surgiu o escândalo de apropriação e desvios de objetos de valor recebidos de autoridades estrangeiras e que pela nossa legislação pertenciam ao nosso país e não à autoridade que as recebeu, o chamado escândalo das joias.
Por tudo isso, os patoenses não aceitamos que Bolsonaro seja nosso conterrâneo. A maioria de nós não é capaz de praticar um único ato dos que ele praticou, principalmente nos últimos cinco anos.