(Jozivan Antero, no Polêmcia Patos, em 16/09/2023)
Nos últimos anos, diante da luta contra o racismo, o preconceito, o machismo e tantas formas que levam as pessoas a sofrerem diante de ataques sofridos, a legislação tem sido dura para evitar que tais crimes se propaguem na sociedade.
A dona de casa Maria das Neves do Nascimento Silva, de 54 anos, mais conhecida por Nevinha, está bastante abalada após ser xingada com palavras de baixo calão, injúria racial e preconceito diante de ser mulher negra e por ter denunciado uma situação de incômodo para ela e aos demais vizinhos.
Relatos de Nevinha são de que o fato aconteceu na Rua Valmir Nunes Figueiredo, no Bairro do Jatobá, em Patos, quando ela pediu para que uma vizinha retirasse uma quantidade de areia que havia sido depositada na calçada há vários dias. A areia estava causando problemas ao se espalhar e a constante poeira gerada na localidade. Como a areia pertencia a vizinha, Nevinha não viu outra saída, porém o material não foi retirado.
Sem solução amigável, o caso foi levado até a Secretaria de Meio Ambiente do Município de Patos e fiscais compareceram ao local, confirmando a necessidade de retirada da areia da localidade. Desde então, a vizinha não teria gostado da reclamação junto ao órgão e se começou uma indisposição que acabou em agressão verbal, injúria racial e causando abalo emocional em Nevinha.
“Fui chamada de macaca e outras palavras de baixo calão…me senti muito humilhada por ser mulher negra e apenas estar pedindo para que um problema fosse solucionado diante de estar causando desconforto não só a mim, mas a outras pessoas. Fui muito humilhada e isso me abalou muito. Ninguém merece ser tratado assim! Levei o caso até a Delegacia de Polícia e vou levar também para a Justiça…”, relatou Nevinha.
Comentário nosso
Não sei por que certas pessoas acham que pelo simples fato de serem brancas estão no direito de se acharem melhores do que os pretos, os índios, os orientais e pessoas de outras colorações de pele. Na África os pretos são reais, os índios o são nas suas comunidades, os chins e japas entre os seus. No fim somos todas criaturas de Deus, com os mesmos direitos naturais. Quem garante que um ascendente desta senhora não dormiu com um negro, um índio, um chinês ou um japonês, que deixou rastros no sangue mas não deixou na pele? Por que chamar a vizinha de macaca, com se isso fosse infamante, se todos somos descendentes desses primatas e há muitos de nós que ainda trazemos traços e costumes desses ascendentes? (LGLM)