(Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado, publicado no Notícias da Manhã, da Espinharas FM, em 19/09/2023)
Comprei minha primeira moto em 1982 e de lá para cá nunca deixei de possuir moto. Inclusive de 84 a 89, pilotava minha moto pelas ruas do Recife. Voltando para Patos em 89, continuei a andar de moto. Em 1994 fui para João Pessoa e deixei minha moto em Patos, já que não tinha mais coragem de pilotar na capital. Pela loucura do trânsito. Com o avançar da idade só raramente dirijo o carro. Quando saio com a esposa, ela dirige, quando vou SÓ para o centro, vou de Uber, que utilizo há mais de cinco anos.
Em Patos eu usava a moto, inclusive para ir para minha granjazinha no Bonfim. Muitas vezes saia para dormir no sítio às nove/dez da noite.
Nos últimos tempos, quando começaram a assaltar motoqueiros e tomar as motos nas estradas e até na nossa comunidade de Malhada de Pedra, deixei de ir de moto. Vou de alternativo até o Bonfim e de mototaxi, dali até o sítio.
Continuo a andar de moto em Patos, nas minhas idas mensais, mas cada vez com mais medo. Geralmente não saio à noite. Se necessário, pego um mototáxi. Muitas vezes a moto dormia na calçada. Hoje não ouso fazê-lo.
Infelizmente, Patos está ficando perigoso para motoqueiro. Quase diariamente aparece nas redes sociais a notícia de um furto ou um assalto para tomar moto tanto de motoqueiro como de mototaxista.
Infelizmente a Polícia não pode estar em toda parte para impedir estes furtos e roubos, mas alguma coisa precisa ser feita para desestimular estes bandidos. A impunidade é o que mais estimula os criminosos. Todo mundo sabe que as motos furtadas ou roubadas ou vão para um desmanche, ou vão para as mãos de um receptador que vende para algum otário da zona rural, ou vão ser utilizadas para a prática de algum crime, após o qual são descartadas.
No caso dos motoqueiros, todo cuidado é pouco. Evitar andar por ruas desertas, às altas horas da noite, sozinho ou deixar a moto dando sopa nas calçadas.
Para os mototaxistas, evitar parar nas ruas para atender passageiros desconhecidos. Procurar só atender passageiros nas suas praças e de preferência com o testemunho de outros mototaxistas. Seria interessante se nas praças dos taxistas alguém fotografasse discretamente o passageiro estranho que pegasse uma corrida. A polícia podia estabelecer alguns itinerários para serem cumpridos pelos mototaxistas, colocando policiais nos trajetos para identificar os passageiros, principalmente em certos bairros da periferia mais visados pelos bandidos.
Polícia e profissionais devem estudar medidas preventivas que tornem mais difícil os furtos e assaltos. O que não pode é continuar da maneira que está ocorrendo. Um transporte tão prático como é a moto, se transformando num risco de vida para o cidadão.
Polícia e Justiça, por sua parte, têm que ser mais severos com esses bandidos. A Polícia mais atenta na prevenção e mais ágil na sua persecução. A Justiça mais rápida no processo e mais severa na condenação, sempre que os criminosos forem identificados após os seus crimes.