(Luiz Gonzaga Lima de Morais, jornalista e advogado)
Estivemos em Patos esta semana e ouvimos o depoimento de vários amigos sobre o sucesso em que estava se constituindo a Festa de Setembro deste ano. Muita gente nas novenas, lotando a Catedral e o Largo Dom Gerardo, muita gente nas barracas e nos parques. Na quinta-feira, nos deslocamos entre a Catedral e a Praça Getúlio Vargas e constatamos o grande movimento. No Largo, as barracas de comidas tiveram um excelente movimento, com a venda de comidas típicas, bolos e guloseimas outras, com renda para a Festa. Comi nas barracas do Largo um delicioso cuscuz com bode. Encontramos vários amigos, alguns deles com quem há muito não nos encontrávamos. O clima era de tranquilidade com a presença de policiais em toda parte. Só senti falta de duas coisas que eram típicas das antigas festas. A tradicional Bagaceira, que há vários anos deixou de acontecer, e que tem feito muita falta aos boêmios, classe quase em extinção. Não falta onde beber, nem onde comer, mas falta aquele clima que se sentia na Bagaceira, de congraçamento de gente de todas as classes sociais, num ambiente alegre e tranquilo. Outra coisa de que sentimos falta, foi da antiga quermesse, com a disputa de pavilhões, com a disputa dos leilões entre amigos e principalmente com as mesas dos noitários. Era a oportunidade de vermos os velhos amigos. Bancários viam a suas gerações e as gerações anteriores de bancários, a mesma coisa os motoristas, os radialistas, os fazendeiros, e muitas outras categorias, cada um com as suas noites, suas alegrias e suas recordações. A Bagaceira talvez posse difícil reeditar, mas as quermesses antigas poderiam ser reeditadas, talvez sem o brilho antigo, mas permitindo aquilo que sempre foi a marca de todas as quermesses pelo mundo afora. O reencontro dos amigos. Patoenses nativos ou por adoção que moram fora e que sempre vinham a Patos, durante a Festa de Setembro para rever os amigos. Neste sentido, já não se faz a Festa de Setembro como antigamente. Vi alguns destes velhos amigos, mas muitos poucos. As mesas antigamente concentravam, por profissão, por procedência, por laços familiares, por turmas de escola, por colegas de mesa de bar e assim por diante. Hoje, só as mesas familiares, com cinco ou seis pessoas, duas/três gerações. Os velhos amigos não se encontram mais. Mas acho que nada impedia que se reeditasse esta parte das antigas quermesses, a realização de noites para as diversas atividades para reunir os velhos amigos. Dos leilões disputados, dos artistas locais se exibindo. Ai que saudade que dá! De novidade só umas peruquinhas chamadas “lace” que alguns quase careca passaram a ostentar.