Segundo ele, as condições atuais configuram para a formação de um novo El Niño no Oceano Pacífico, com possibilidade de mudanças no clima nas regiões Norte e no semiárido do Nordeste
O meteorologista Mário Leitão, concedeu entrevista na cidade de Juazeiro do Norte-CE, e falou sobre as previsões para a próxima estação chuvosa do semiárido paraibano e do Nordeste no ano de 2024, além de diversas particularidades relacionadas as suas condições climatológicas do próximo ano.
Segundo ele, as condições atuais configuram para a formação de um novo El Niño no Oceano Pacífico, com possibilidade de mudanças no clima nas regiões Norte e no semiárido do Nordeste, devido as mudanças na pressão atmosférica, mas ressaltou que pode ocorrer precipitações mesmo dentro do fenômeno.
“Nem todo ano de El Niño é ano de seca no Nordeste, porque mesmo em ano de El Ninõ, a não ser naqueles ano de El Niños fortes, se o Oceano Atlântico na costa do Nordeste tiver aquecido, nós podemos ter uma boa evaporação no oceano, os ventos alísios vão trazer essa umidade pra cima do semiárido, e a maior contribuição das chuvas do semiárido é da Zona de Convergência Intertropical, faiza de nuvens que se formam no oceano e vem para o interior do Nordeste”, explicou o professor Mário Leitão.
Ainda segundo o meteorologista, um estudo realizado em 1998 aponta que em 46% dos anos de El Niño, ocorre seca no Nordeste, mas as circunstâncias de momento apontam apenas para a possibilidade de um ano conturbado em várias regiões do semiárido nordestino.
Calor
Mário acrescentou que o ano de 2023 registrou recordes de temperatura nos meses de agosto e setembro, devido a incidência de raios solares, tendo o dia 27 de agosto uma umidade relativa do ar em 11% e a temperatura mais quente do ano no dia 27 de agosto.
O meteorologista disse ainda que a onda de calor ocorrida nos últimos meses no Nordeste, pode representar um efeito positivo, a depender dos níveis de evaporação ocorridos nos oceanos durante o mesmo período.